O zumbido não é uma doença, mas sim um sintoma de uma condição que não se manifesta claramente
Com o objetivo de alertar a população sobre o zumbido e a importância do diagnóstico e tratamento adequados, o mês de novembro marca a campanha Novembro Laranja. O zumbido não é uma doença, mas sim um sintoma de uma condição que não se manifesta claramente. Ele representa a percepção de um som na ausência de uma fonte sonora externa e pode ter diversas causas, como perda auditiva, problemas circulatórios, lesões no ouvido, uso de certos medicamentos ou outras doença
O zumbido, também conhecido como tinnitus, é um sintoma comum, mas que merece atenção. Segundo dados da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, cerca de 28 milhões de brasileiros convivem com essa condição, que afeta diretamente a qualidade de vida das pessoas. Considerando a população adulta do país, essa quantidade se aproxima da proporção de um em cada cinco pessoas sofre com o “barulho fantasma”. Mundialmente, um estudo publicado na revista médica Jama Neurology aponta que 14% da população adulta sofre com o problema, o que representa cerca de 740 milhões de pessoas.
“O zumbido pode ser a primeira manifestação de uma perda auditiva, que é uma das principais causas. O mau uso de fones de ouvido em volume alto e a exposição prolongada a ruídos, comuns na vida moderna, também contribuem significativamente. Além disso, hábitos de vida como longos períodos de jejum, excesso de cafeína e estresse também podem piorar a percepção do sintoma. Embora o zumbido possa ser intermitente, quando contínuo ou frequente, ele é um sinal de alerta de que algo não está bem no organismo,” explica a otorrinolaringologista Lívia Noleto, especialista em zumbido e otoneurologia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em otorrinolaringologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e membro do departamento de otoneurologia da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORLCCF).
Como o problema pode estar relacionado a diversas causas, a médica reforça que o tratamento é quase sempre multidisciplinar. “O primeiro passo é sempre procurar um otorrinolaringologista para o diagnóstico e tratamento da causa primária, que pode incluir o uso de aparelhos auditivos ou terapias sonoras. Paralelamente, podemos precisar de fonoaudiólogos para o treinamento auditivo, e de outros profissionais, como dentistas, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas, dependendo da causa associada, como problemas na ATM, ansiedade ou distúrbios metabólicos. O objetivo é treinar o cérebro para que ele não perceba mais o zumbido como um som incômodo,” conclui Lívia.








