“A Fé”, é o artigo de Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

“A Fé”

Paulo Eduardo de Barros Fonseca

O que a fé significa em nossas vidas?

Essa é uma indagação que permeia o pensamento das pessoas e muitas vezes nos faz admitir que nossa fé nem sempre é convicta.

A fé é um sentimento inato no homem. É a consciência de que se têm faculdades imensas cujo germe foi depositado no homem em estado latente e depois deve eclodir e crescer por sua vontade ativa.

É uma divina inspiração de Deus, que desperta todos os nobres instintos que conduzem o homem ao bem.  Porém, a fé necessita de uma base e essa base está na plena e perfeita compreensão daquilo em que se deve crer, sendo certo que para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender (Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XIX, 6).

Kardec, o codificador da doutrina espírita, define a fé como sendo uma força de vontade direcionada para um certo objetivo, ou seja, a vontade de querer.

Essa força pode ser aplicada no campo material, definido como a fé humana, e no espiritual, a fé divina, que orienta o homem na crença em uma força superior a ele e a tudo, que a tudo organiza e o direciona na busca da descoberta do seu lado imortal.

Nos ensina a espiritualidade que “a fé é humana e divina; se todos os encarnados estivessem bem persuadidos da força que têm em si, se quisessem colocar a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até o presente, chamou-se de prodígios, e que não é senão um desenvolvimento das faculdades humanas” (ESE, cap. XIX, 12). Também nos ensina que “não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade”.

É assim que, a fé deve se apoiar sobre a lógica dos fatos não deixando atrás de si nenhuma obscuridade.  A fé deve ser raciocinada! Esse é um dos grandes méritos da filosofia espírita que finca a fé sobre as bases da razão.

Bezerra de Menezes, o médico dos pobres, com sua peculiar clareza ensinou que “A fé é uma realidade literal, que conduz o nosso destino, promovendo o alcance das benesses as quais o Criador dispõe e que todos podem conquistar” (in Fluídos de Luz, Editora Elevação).

Entendida a lição, no aspecto moral e espiritual, teremos claro que, com fé – e resignação – as vicissitudes da vida material nos trazem valiosos ensinamentos, bem como fortalecem nosso espírito porque faz de nós pessoas melhores.

Enfim, para ser proveitosa, a fé deve ser ativa, não deve se entorpecer, devendo ser reconhecida como a mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, ao trazer como consequência a esperança e a caridade.

Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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