Reação de Arimatéia veio com a tentativa do ex-prefeito Lula Cabral, que em emissora de rádio local, a Cabo FM, essa semana, criticou o Governo atual, imputando ao prefeito Keko do Armazém, a responsabilidade pelo alto índice de violência vivenciado pela cidade, quando na verdade, segundo ele, essa situação foi herdada de suas gestões
Identificar o perfil sócio-econômico de jovens entre 15 e 29 anos em função da escolaridade, da pobreza e do desemprego, os três eixos fundamentais, que segundo estudos da Unesco, desencadeiam a violência. É o objetivo de ação em andamento adotada pelos gestores municipais no Cabo de Santo Agostinho, com vistas à implementação de políticas públicas de enfrentamento à violência, e como forma de reagir à insegurança que assola a cidade. Essa semana, em emissora de rádio local, a Cabo FM, o ex-prefeito Lula Cabral criticou o Governo atual, querendo imputar ao prefeito Keko do Armazém, a responsabilidade pelo alto índice de violência vivenciado pela cidade. Para o vice-prefeito e secretário de Governo, Professor Arimatéia (PT), o ex-prefeito sofre de “falta de honestidade intelectual e ética”.
Por conta da escalada de violência vivenciada pelos cabenses nas últimas duas décadas, recentemente, o município foi foco dos noticiários com o episódio da prisão de um dos chefes de tráfico de drogas, em operação policial comandada pelo Governo do Estado. “Uma situação lamentável que remete à reflexão sobre a falta de investimento na Educação de crianças e jovens, evidenciada pelas sucessivas quedas do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) verificadas nas últimas duas décadas, justamente nas gestões do ex-prefeito Lula Cabral, que agora quer acusar a atual Governo Municipal por uma situação, na verdade, herdada de suas gestões”, comenta o vice-prefeito.
Professor Arimatéia já vinha anunciando que irá contratar pesquisa censitária como primeiro passo para assumir o controle da situação que se instalou na região, e para isto quer conhecer o traçado comportamental da faixa etária mais vulnerável no município. “O principal viés da violência são as condições sócio-econômicas e familiares, sobretudo da juventude, a mais vitimada e que mais vitima, que mais mata e que mais morre na nossa cidade”, defende.
Segundo Arimatéia, não há dúvidas que, a situação dos jovens reféns do tráfico e outras situações que envolvem violência, acontece pela falta de políticas públicas que há anos se sucedem no Cabo, e que incluem as gestões do ex-prefeito Lula Cabral, quando a Educação registrou sucessivas quedas no IDEB, índice que mede a aprendizagem dos alunos. “Existem dados que constatam que a aprendizagem é um fator fundamental na liberdade das pessoas e no livramento da violência”, acrescenta, denunciando o ex-gestor Lula Cabral pela atual situação dos jovens. “O ex-prefeito não tem moral para ir à rádio nem para a Imprensa falar de violência no Cabo, pois ele é um dos causadores. Foi na verdade o principal responsável durante esse tempo todo, pela derrocada da nossa juventude por falta de políticas públicas”, dispara.
Para amparar sua tese, o vice-prefeito se baseia em dois relatórios publicados pela Secretaria Nacional da Juventude, ligada à Presidência da República, elaborados pela Unesco, que apontam que o Cabo é a primeira cidade de maior vulnerabilidade à violência juvenil do Brasil, entre 303 cidades com mais de 100 mil habitantes, e que os marcadores desses documentos evidenciam curvas de crescimento nas baixas condições sócio-econômicas e educacionais no período em tela.
Pesquisa Censitária
O vice-prefeito destaca ainda que, além das ações coercitivas que estão sendo instauradas na cidade, com o implemento da guarda municipal, armamento, entre outras, o Governo Municipal está trabalhando fortemente o viés social, “que é fundamental e importante, porque é preventivo”, segundo ele. “Para isso, estamos compilando esses dados em função da escolaridade, da pobreza e do desemprego, e preparando uma pesquisa censitária onde vamos identificar a situação sócio-econômica da faixa etária entre 15 a 29 anos”, reforça.
A ideia é que partir desse diagnóstico, “concreto e pessoal”, seja feita a personalização. “Vamos saber, por exemplo, quantos jovens no bairro da Charneca estão em situação de vulnerabilidade, seja por estar nas drogas ou por não ter escolaridade ou qual o seu nível de pobreza. Se está praticando esportes, como ocupa seu dia, para a partir daí, traçarmos esse perfil e buscarmos a implementação de políticas públicas, tanto em nível municipal, como, possivelmente, em parceria com os Governos Estadual e Federal e até com a sociedade civil organizada, envolvendo empresas, enfim, aqueles que queiram, na verdade, ajudar a minimizar e acabar com esse problema”, salienta.
“Quero deixar bem claro que essa ação não é uma defesa, não é um antídoto. Nós não vamos sentar em cima do problema. Estamos agindo e não vamos só falar, nem criar uma guerra de quem foi culpado, mas vamos enfrentar esse problema. Nosso governo vai quantificar e diagnosticar, e não apenas para dizer que temos esses dados em mãos, mas para poder buscar soluções definitivas”, finaliza.