O RenovaBio, Programa Nacional dos Biocombustíveis, entra em vigor a partir do próximo ano e começará a remunerar toda a cadeia produtiva de etanol, inclusive os fornecedores independentes de cana de todo o Brasil
A remuneração estará atrelada à descarbonização do combustível usado no Brasil e na menor emissão de gás carbônico na produção do etanol. Assim, além da oferta do combustível menos poluente que das matrizes fósseis, estará ligada à produção canavieira com menor emissão de CO². As metas de descarbonização e as formas de calculá-las financeiramente (RenovaCalc) estão bem avançadas e já devem ser regulamentadas pelo Conselho Nacional de Políticas Energéticas em julho. Neste sentido, a fim de preparar os agricultores canavieiros a também terem acesso ao crédito financeiro por esse processo de descarbonização do combustível (CBios), os representantes da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e das entidades dos canavieiros da PB e do RN participaram hoje (24) de reunião no Recife às 15h, no Sindicato Estadual das Indústrias do Açúcar e Álcool.
Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP e também da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), explica que o encontro tem como objetivo mostrar como o fornecedor independente de cana poderá acessar os CBios (receber os créditos financeiros a partir do RenovaBio). Pela definição do programa, as usinas habilitadas pela ANP emitirão os CBios com base no etanol produzido. A quantidade desses créditos financeiros ainda estará atrelada à correspondente redução de emissão de CO² à atmosfera proveniente em todo a etapa produtiva para fabricação do biocombustível. Será considerado inclusive o menor uso de combustíveis fósseis no cultivo da cana e as boas práticas. “Na reunião de hoje, saberemos como as usinas estão se preparando”, diz Lima.
Além da oferta de etanol para o consumidor final, que proporcionalmente reduzirá o uso de gasolina e diesel, que são combustíveis poluentes, tudo no processo produtivo da fabricação do etanol, inclusive a matéria-prima da cana, será levado em consideração para definir os créditos de carbono, além de outras regulamentações e operacionalização entre distribuidoras, ANP, usinas, bolsa de valores e banco central, em processo até o fim do ano. “Portanto, a reunião de hoje será de suma importância para tirarmos as dúvidas e orientarmos os nossos associados nos estados a se prepararem para terem acesso aos créditos do RenovaBio no futuro próximo”, fala José Inácio de Morais, presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) e da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida).