“Cinema, o retrato da vida”, por Oscar D’Ambrosio, hoje apresentando: Os pecados de todos nós

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Oscar D'Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Por Oscar D’Ambrosio

Poucos cineastas mergulham tanto nos relacionamentos humanos como Woody Allen. “Um dia de chuva em Nova York”, seu filme mais recente, traz todo o encantamento de seus diálogos em histórias de amores que se entrecruzam num turbilhão de emoções, geralmente mal resolvidas por todos e por todos os lados, como ocorre na vida chamada de real.

O enredo tem como destaque o carismático jovem ator Timothée Chalamet, que decide passar um final de semana em Nova York com a namorada, (a luminosa Elle Fanning), que conseguiu entrevistar um famoso diretor de cinema, com o qual se envolve emocionalmente. Nessa jornada, também é objeto de desejo de um roteirista em crise e de um ator sedutor.

O rapaz, por sua vez, abandonado na sempre charmosa Nova York, conhece uma prostituta (a musa Kelly Rohrbach) e reencontra a irmã de uma ex-namorada (a naturalmente sensual Selena Gomez). E tudo isso é regado a muita chuva, o que permite boas piadas dentro daquele humor muito próprio do cineasta norte-americano, que consegue ver ironia em todas as situações.

O nome do protagonista, Gatsby, é uma homenagem clara ao célebre romance de F. Scott Fitzgerald, que mostra o vazio de amor entre ricaços norte-americanos.  Nessa mesma toada existencial, o novo alter-ego do diretor norte-americano traz indagações existenciais e busca um amor que atenda aos seus anseios e gostos, muito além de sua faixa etária.

Tudo isso mostra que   Woody Allen continua criativo, um foco de luz que não perde de vista entender o ser humano em suas contradições básicas. Nesse sentido, a revelação feita pela mãe do protagonista, ao dialogar com o filho sobre a prostituta que ele leva a uma festa, aponta que todos nós temos nossos pecados. Conseguir admiti-los é que são elas.

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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