No ano de 2019, o câncer de boca levou a óbito cerca de 6.605 indivíduos em todo o Brasil, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer
O câncer bucal figura entre as dez neoplasias malignas mais prevalentes que acometem os indivíduos e apresenta a maior taxa de mortalidade dentre os cânceres do segmento cabeça e pescoço. No ano de 2019, o câncer de boca levou a óbito cerca de 6.605 indivíduos em todo o Brasil, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer.
Na atualidade, a Odontologia compreende a prevenção, o diagnóstico precoce e, não somente, o tratamento curativo das doenças bucais. Dentre elas, o câncer de boca pode ser considerado um problema de saúde pública, merecendo, desse modo, atenção especial do cirurgião-dentista.
Em contato direto com a cavidade oral do paciente, o dentista pode ajudar no diagnóstico precoce. Contudo, vale ressaltar que o câncer bucal é diagnosticado pelo cirurgião de cabeça e pescoço. Nesse caso, se o dentista perceber algum sinal suspeito, este deve encaminhar o paciente para o cirurgião responsável. De acordo com a cirurgiã-dentista Dra Cláudia Albuquerque da clínica Maxi Dente, é preciso ficar atento às lesões que surgem na boca.
”Toda lesão na boca que não cicatriza por mais de 15 dias, apesar do tratamento efetuado, pode ser suspeita de câncer de boca. Os fatores de riscos para o câncer de boca, além do fumo e do álcool, são exposição ao sol, má condição de higiene oral, herança genética e, atualmente, o aumento do vírus HPV na cavidade oral”, explica.
A prevenção ao câncer de boca deve ser feita rotineiramente. Segundo a cirurgiã-dentista, quando a doença é descoberta no estágio inicial, a chance de recuperação do paciente é de 95%. Em estágios mais avançados, a chance de recuperação cai para 45%.
”A detecção da doença não deveria oferecer dificuldades, tendo em vista o fácil acesso à cavidade bucal e simplicidade no tocante à realização do exame da boca. Entretanto, o diagnóstico é realizado em estágios mais avançados de evolução da doença. Essa realidade pode estar associada à ausência de sintomatologia dolorosa nessa fase, ou ainda, à não realização do exame clínico detalhado da cavidade bucal pelos cirurgiões-dentistas nas consultas de rotina”, afirma.
Fatores de risco
De acordo com a Dra. Cláudia Albuquerque, alguns fatores podem contribuir para a carência de se detectarem precocemente as lesões de câncer e subsequente diagnóstico avançado, são eles: o baixo número de exames de diagnóstico realizados; o baixo nível de conhecimento da população e também dos que promovem a saúde a respeito dos sinais, sintomas e fatores de risco; a detecção precoce dos comportamentos de risco em relação ao câncer e a falta de atividades educativas que almejam a redução dos fatores de risco.
”Fatores de risco, incidência, diagnóstico precoce, autoexame, tipos e técnicas de biópsia, modalidades de tratamento e reabilitação são questões que devem ser cada vez mais incorporadas ao cotidiano do cirurgião-dentista”, finaliza.