Dias Difíceis – Muitas Oportunidades
Paulo Eduardo de Barros Fonseca
Vivemos dias difíceis!
Essa é a frase mais dita e ouvida atualmente, quando a humidade enfrenta a pandemia Covid 19 que impõe restrições de toda ordem, especialmente a limitação do contato e convívio social para evitar que a contaminação se dissemine entre as pessoas.
O filósofo grego Aristóteles já dizia que o ser humano, por sua própria natureza, é um animal social, portanto, é um ser gregário que necessita de relacionamento humano, até mesmo, como mecanismo de afirmação pessoal.
Daí ser compreensivo que as pessoas se sintam desestimuladas e desafiadas diante do espectro da solidão, que gera medo e distúrbios comportamentais.
Entretanto, sem menosprezar as cautelas que devem ser adotadas em razão da pandemia é preciso refletir que este é um momento rico em oportunidades, sobretudo porque temos a chance de refletirmos sobre a vida e de revermos nossos conceitos na busca do autoaprimoramento.
Assim, neste momento devemos sincronizar ondas mentais positivas que, além de elevarem os nossos sentimentos e sensações, afastam o pessimismo e o negativismo que produzem angustia.
Lembrando das palavras do divino mestre ao propor o “amor ao próximo com a si mesmo”, neste momento somos chamados ao reencontro conosco mesmo para que possamos multiplicar os nossos recursos em prol de um mundo mais justo e perfeito.
Na vida tudo passa e este momento passará, mas, como disse Fernando Pessoa, a humanidade precisa entender que: “Depois de tudo ficam três coisas: a certeza de que estamos sempre a recomeçar; a certeza de eu é preciso continuar; a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. Por isso devemos: fazer da interrupção um caminho novo… da queda, um passo de dança… do medo, uma escada… do sonho, uma ponte… da procura, um encontro.”.
Com fé no futuro, aproveitemos este momento para que, com equilíbrio e serenidade, possamos enfrentar os desafios, vencer a solidão e sair do arcabouço do egoísmo para fazermos a tão necessária reforma íntima.
Dentro do livre-arbítrio, compete a cada pessoa a decisão de aceitar o chamado e de ser um ente ativo nesse processo de renovação individual e, consequentemente, planetária.
Assim, ganharemos nós … ganhará a humanidade!
Paulo Eduardo de Barros Fonseca é Vice-Presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.