Segundo o parlamentar, a operação representou um prejuízo para os cofres municipais de R$ 124 milhões, montante que deveria ser destinado à educação e aos professores da rede
Durante a sessão plenária desta segunda-feira (10), na Câmara Municipal do Recife, o vereador Eduardo Moura (NOVO) criticou duramente a venda de precatórios da prefeitura para o Banco Itaú. Segundo o parlamentar, a operação representou um prejuízo para os cofres municipais de R$ 124 milhões, montante que deveria ser destinado à educação e aos professores da rede.
Em seu pronunciamento, Moura alertou que o Recife já vai começar 2026 com uma dívida de R$ 1,5 bilhão e que não pode continuar colecionando perdas financeiras. O vereador lamentou que a gestão atual tenha vendido R$ 567,1 milhões em precatórios por R$ 443,4 milhões, entregando uma diferença de R$ 124 milhões ao banco como lucro em três anos. “Essa dívida ia ser paga a partir do ano que vem. A prefeitura ia receber 40% desse valor em 2026, 30% em 2027, e mais 30% em 2028. O problema é que esse valor não vinha para a eleição, por isso é que o prefeito fez a manobra para vender esse dinheiro. Um deságio de 21,81%”, criticou.
O líder no NOVO na câmara lembrou ainda que os recursos deveriam beneficiar a área da educação, sendo R$ 63,5 milhões para os professores e o restante para melhorias estruturais da rede com um todo. Segundo ele, os mais de R$124 milhões perdidos na transação seriam suficientes para construir dezenas de novas unidades de ensino. “Com esse dinheiro dava para construir 31 creches escola, Pedro José Mendes Filho, que atende (cada uma) a 300 crianças; dava pra construir 68 creches escola Irmã Sininha, e 41 creches escola Sebastião Barreto Campello. Dava até pra construir um Hospital da Criança”, diz o vereador.
Durante o discurso, Moura traçou um paralelo histórico com gestões anteriores da família Campos/Arraes. Ele lembrou que quando Miguel Arraes, bisavô de João Campos, era governador do estado e o pai do prefeito, Eduardo Campos, era secretário da Fazenda de Pernambuco, também houve venda de precatórios com prejuízo para os cofres do governo. “Sabe de quanto foi o deságio na época? De R$ 100 milhões. Tal pai, tal filho”, afirmou o Moura, destacando que Eduardo Campos foi absolvido pelo STF em 2003, mas condenado administrativamente em 2009 pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
O vereador finalizou reforçando a insatisfação com o prejuízo milionário para uma área tão importante da cidade como a educação. “Não foram só os professores que foram atingidos, e sim toda a educação do Recife. Os R$ 124 milhões entregues ao banco dariam para construir 68 creches”, concluiu Moura em tom de revolta.








