Especialista fala sobre quebra de ossos metatarsianos

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As fraturas agudas do metatarso podem ser abertas ou fechadas, e deslocadas ou não deslocadas

Por Ana Paula Simões

O mecanismo de quebra de ossos metatarsianos geralmente é de flexão plantar forçada, com uma carga ou energia grande, seguida de um estalo (a fratura) e de uma dor descomunal. Esse tipo de fratura com desvio (os ossos saem do lugar) precisa de cirurgia para realinhamento.

Mas será que existem diferentes tipos de fratura dos metatarsos (ossos do pé)? As quebras (fraturas) se dividem em dois tipos: agudas, quando são causadas imediatamente por uma lesão, e crônicas, quando ocorrem durante um período de tempo mais longo, é o que chamamos de fratura por estresse.

As fraturas agudas do metatarso podem ser abertas ou fechadas e deslocadas ou não deslocadas:

Aberta ou fechada: uma fratura aberta é aquela em que a pele está lesionada sobre a fratura, de modo que existe uma rota de possível infecção do lado de fora para os ossos quebrados. Este é um tipo mais grave de fratura, com maior dano aos tecidos moles em torno dele, tornando o tratamento e a cura mais complicados. É necessária avaliação especializada.

Deslocados ou não deslocados: uma fratura deslocada é quando os ossos escaparam da linha da cortical e desviaram. Uma fratura deslocada precisa de cuidados especializados, pois os ossos precisarão estar devidamente alinhados e estabilizados.

A fratura aguda do metatarso é geralmente causada por uma ferida súbita e contundente no pé, como cair um objeto pesado no pé, uma queda, chutar contra um objeto duro quando tropeçar, ou por uma lesão esportiva.

Uma fratura de estresse é uma sobrecarga óssea, causada por estresse repetitivo. Isto é, leva a uma fissura ou alteração da estrutura fisiológica do osso. Pode haver uma única fratura no osso, ou múltiplas pequenas. A ruptura ou quebras da cortical geralmente não são deslocadas. No entanto, várias pequenas fraturas de estresse podem se desenvolver em torno da mesma área, ao longo do tempo.

Cuidados de acompanhamento
A fisioterapia e um retorno gradual ao exercício fazem parte dos bons cuidados de acompanhamento.

Quando o atleta volta à atividade após a fratura metatarsiana?
As fraturas agudas do metatarso geralmente levam cerca de seis a oito semanas para curar. No entanto, o tempo pode ser mais longo do que isso para que um esportista esteja completamente em ação, pois depende do quanto perdeu de musculatura.

Sapatos especiais estão disponíveis para ajudar a imobilizar a fratura e apoiar o pé para auxiliar na caminhada.

A cirurgia não é necessária para fraturas de estresse metatarsal (crônicas) ou fraturas sem desvio. Fisioterapia e fortalecimento são sempre a melhor escolha para praticar antes de voltar ao esporte.

Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. www.anapaulasimoes.com.br

 

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