Para Lídia Bandeira, a pandemia da Covid-19 acabou agravando esse quadro, uma vez que as crianças acabaram passando mais tempo em casa e sem fazer atividades físicas
Considerada um dos maiores problemas de saúde pública pediátrica, a obesidade infantil atinge, hoje, no Brasil, mais de 3 milhões de crianças menores de 10 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Para a nutricionista do SESI Saúde, Lídia Bandeira, a pandemia da Covid-19 acabou agravando esse quadro, uma vez que as crianças acabaram passando mais tempo em casa e sem fazer atividades físicas. Além da seriedade da obesidade infantil, ela alerta para o fato de que ela pode acarretar em outras consequências se não tratada com o devido cuidado.
“Muitas vezes ela vem acompanhada de colesterol alto, pressão alta, doenças cardiovasculares precoces e diabetes”, alerta Lídia. Diferentemente do modo como é diagnosticada a obesidade nos adultos, quando o Índice de Massa Corpórea (IMC) é utilizado como referência, para crianças, a nutricionista esclarece que a referência para as crianças está na caderneta de vacinação.
“É nesse livro que estão as curvas de crescimento e desenvolvimento de uma criança, ou seja, a altura e peso ideais para cada idade. É fundamental que os pais façam esse acompanhamento e que, a cada consulta ao pediatra, essa caderneta seja observada”, diz a nutricionista, pontuando que o diagnóstico deve ser dado por um médico. “O pediatra ou o endocrinologista que tenha experiência com criança são os profissionais que podem diagnosticar a obesidade mórbida infantil. A partir disso, o médico encaminhará para o nutricionista para que haja ajustes e mudanças no hábito alimentar da criança”, explica.
Embora alguns pais acreditem que consigam controlar a doença apenas restringindo a alimentação ou diminuindo a frequência de certos alimentos, Lídia alerta para as necessidades nutricionais das crianças. “É preciso saber a frequência com que a criança irá comer e a quantidade de alimentos que ela irá ingerir. É um cálculo de necessidade de nutrientes que cabe ao profissional nutricionista realizar”, esclarece, destacando que há também estratégias como a substituição de alimentos que acaba sendo feita de forma errada pela família. “Já vi muitos pais trocando biscoito recheado por biscoito diet, por exemplo. Só que o alimento diet é para quem é diabético, ou seja, a troca acaba não sendo saudável para a criança”.
O tratamento para uma criança obesa é completamente diferente do de um adulto, Lídia explica. Isso porque criança não faz dieta rígida para perda de peso, mas passa por uma reeducação alimentar. “A dificuldade com a alimentação da criança é justamente porque não podemos privá-la de certos alimentos, ou vamos privá-la de ter um crescimento saudável, uma vez que ela ainda está em fase de desenvolvimento e precisa da diversidade de nutrientes”, pontua, advertindo sobre a necessidade de que alimentos como biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes saiam de cena.
CONSCIENTIZAÇÃO – Com o intuito de alertar a população sobre os riscos e cuidados necessários para o combate à obesidade infantil, a conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil é celebrada no mês de junho.
Sistema FIEPE – Mantido pelo setor industrial, atua no desenvolvimento de soluções para trazer ainda mais competitividade ao segmento. Além do SESI – que proporciona serviços de saúde e educação básica para os industriários, familiares e comunidade geral – conta ainda com a FIEPE, o SENAI e o IEL. A Federação realiza a defesa de interesse do setor produtivo e contribui com o processo de internacionalização das indústrias. Com o SENAI-PE, além de formação profissional, são oferecidos os serviços de metrologia e ensaios, consultorias e inovação. O IEL-PE foca na carreira profissional dos trabalhadores, desde a seleção de estagiários e profissionais, até a capacitação deles realizada pela sua Escola de Negócios.