
O Caminho da Verdade
Paulo Eduardo de Barros Fonseca
O conceito da verdade desafia a humanidade há séculos. Desde a antiguidade e até os dias atuais os filósofos, pensadores, educadores etc. discutem e refletem sobre a natureza da verdade, se é real e absoluta ou relativa e ilusória, procurando descobrir sua essência.
Se a filosofia tem na investigação da verdade o seu maior valor, na ciência é comum dizer que a verdade é uma verdade até que outra verdade àquela se sobreponha, ou seja, a verdade está em constante progresso.
Talvez isso se explique porque somos seres em formação ou porque as coisas da natureza estão em constante transformação, a ponto de podermos afirmar que a verdade humana é relativa e manipulável de acordo com os interesses de quem tem a intenção de afirmá-la.
Mas, a essa reflexão de ordem física é possível e necessário suscitarmos as verdades morais, que transcendem as questões materiais e constituem elementos essenciais do progresso.
Isso ganha relevância quando se busca uma reflexão criteriosa sobre o sentido da vida, notadamente quando considerada sua finitude. Essa reflexão fará todo sentido se e quando buscamos respostas para as perguntas: de onde viemos? quem somos? porque estamos vivenciando todas essas experiencias? e, para onde vou depois que partir daqui?
A filosofia, a ciência, a religião, enfim, o homem de há muito tempo tenta resolver essas questões. Daí a importância da reflexão sobre a verdade espiritual que, aliás, transcende a matéria e foi explicitamente suscitada por Jesus que veio “ao mundo para dar testemunho da verdade.” (João, 18:37).
A verdade espiritual está revelada em várias passagens bíblicas como, por exemplo, quando Paulo, o apóstolo, enquanto instrumento da manifestação espiritual na estrada de Damasco disse que “toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (Timóteo 3:16-17) e que seu ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana e sim palavras reveladas pelo Espírito Santo (Coríntios 2:9-13).
Todo individuo deve buscar se moralizar a ponto de se espiritualizar e gerar uma onda de progresso coletivo da humanidade. O que é da matéria sempre será da matéria, mas o que é do espírito ganhará forma com o aperfeiçoamento moral do ser humano.
Isso porque, ao contrário da verdade humana, a verdade espiritual é imutável, exata, incorruptível e objetiva, bem como que Jesus nos trouxe as diretrizes e bases da verdade para a libertação espiritual do homem, ao exortar: “Busca a Verdade e a Verdade te libertará” (Paulo. 6:22).
Assim, aproveite o seu tempo, porque tempo é vida e porque, normalmente, descobrimos que se leva muito tempo para nos tornarmos a pessoas que queremos e que, por fim, na matéria o tempo é curto.
Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.