As equipes de Vigilância Ambiental da Sesau serão responsáveis por capacitar os detentos que integrarão as brigadas, para que estes se tornem aptos a realizar as atividades de prevenção, monitoramento e controle do mosquito Aedes aegypt
Quase dois mil detentos do Presídio Frei Damião de Bozanno, localizado no Sancho, são os novos aliados da Prefeitura do Recife no enfrentamento às arboviroses. Eles farão parte da Brigada Contra o Mosquito implantada, pela Secretaria de Saúde (Sesau), nesta quarta (30), na unidade, e serão multiplicadores das ações para prevenção das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a dengue, chikungunya e zika, bem como outras doenças dentro do presídio.
As equipes de Vigilância Ambiental da Sesau serão responsáveis por capacitar os integrantes das brigadas para que estes se tornem aptos a realizar as atividades de prevenção, monitoramento e controle do mosquito. Em cada um dos 11 pavilhões, serão escolhidos dois representantes para serem os responsáveis pelas ações. Eles receberão um check list, a partir de diagnóstico local, para não esquecer quais tarefas precisarão ser feitas para garantir os cuidados necessários nas vistorias sistemáticas.
Entre as atividades que os grupos terão que desempenhar estão a auto-inspeção semanal, para identificar ambientes favoráveis a possíveis focos do vetor, eliminação mecânica dos potenciais criadouros e instalação de 15 ovitrampas (armadilhas). As equipes também terão de comunicar à Vigilância Ambiental qualquer situação de risco vetorial identificada em sua área de atuação que ultrapasse a capacidade de intervenção da Brigada.
“O Presídio tem uma estrutura muito grande que acaba influenciando o ambiente externo, se não tiver os devidos cuidados. Com a implantação desta Brigada, teremos resultados que irão melhorar a saúde ambiental do local e evitaremos o adoecimento dos detentos e também de quem mora nas redondezas”, declarou o gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida.
Serão feitas visitas mensais para avaliação das ovitrampas e também intensificação das instruções dos reeducandos, além do monitoramento a distância das armadilhas. Além do cuidado para prevenir as arboviroses, a Brigada no presídio atuará no controle de roedores e pombos; prevenção de acidentes por cobras, escorpiões e aranhas; e nas ações de vacinação antirrábica de cães e gatos.
Para o diretor da unidade prisional, Arthur Oliveira, a necessidade de realizar o controle de pragas e mosquitos da forma correta foi o principal motivo para implantação da Brigada. “Primeiro, a Prefeitura realizou a desratização e aplicação de produtos para enfrentamento às endemias. Depois disso, tivemos a ideia de capacitar os nossos reeducandos para que eles mesmos possam atuar contra a proliferação dos mosquitos. Isso faz com que eles se sintam inseridos na gestão e tenham o sentimento de colaboração. Todos os detentos instruídos estão participando de forma voluntária”, destacou.
BALANÇO – Desde novembro de 2017, foram implantadas 131 brigadas, com mais de 760 brigadistas treinados com o objetivo de engajar a sociedade civil no combate aos focos do Aedes aegypti. Neste período, as equipes de Vigilância Ambiental instalaram 250 ovitrampas nos oito distritos sanitários do município, em lugares como o edifício-sede da Prefeitura, colégios, nos dois Centros Comunitários da Paz (Compaz), em clubes como o Náutico, entre outras instituições.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS – Em 2019, até outubro, foram notificados 5.927 casos de arboviroses, sendo 4.961 de dengue, 814 de chikungunya e 152 de zika. Dentre estas notificações, foram confirmados 2.710 casos de dengue e 302 de chikungunya. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 102,9% dos casos notificados e de 117,5% dos casos confirmados. O último Levantamento Rápido do Índice de Infestação para Aedes aegypti (LIRAa) apresentou resultado geral no Recife de 1,8% (risco médio).