O diretor Integrado Metropolitano, delegado Ivaldo Pereira, explica que o esquema utilizava dados de pessoas que se quer sabiam, para fazer falsos contratoS de prestação de serviço
O presidente e o vice-presidente da Empresa de Urbanização de Igarassu (Urbi), no Grande Recife, são alvo de uma investigação sobre desvio de dinheiro público através de um esquema de funcionários fantasmas. Segundo a Polícia Civil, os dois e uma assessora foram presos em cumprimento de mandado nesta terça-feira (26), na Operação Urbanizar.
O diretor Integrado Metropolitano, delegado Ivaldo Pereira, explica que o esquema utilizava dados de pessoas que se quer sabiam, para fazer falsos contratos de prestação de serviço. Os dois, segundo o delegado, negam ter cometido irregularidades.
“Eles pegavam os dados dessas pessoas, que não têm ideia de que trabalhavam para a empresa. Esse cadastro era utilizado para simular um contrato de prestação de serviço e para repassar o valor de R$ 2 mil [por funcionário]. Essa verba, na verdade, nunca chegava a essas pessoas. Era desviada pelo presidente e vice-presidente para proveito próprio, utilizando-se da confiança que é depositada devido ao cargo”, explica o delegado.
Ivaldo Pereira aponta que, durante as investigações, iniciadas em outubro de 2018, 30 supostos funcionários foram interrogados e todos negaram qualquer vínculo empregatício com a prefeitura. O presidente, a vice-presidente e a funcionária da Urbi, no entanto, teriam tentado atrapalhar as investigações, coagindo essas pessoas para que mudassem seus depoimentos.
“Essas pessoas eram interpeladas por eles, que as coagiam a mudar o depoimento, comparecer a delegacia novamente na tentativa de inocentá-los. Eles prometiam, inclusive, emprego a essas pessoas. Esse prejuízo foi o fator da decretação da prisão preventiva”, diz o delegado.
Segundo Ivaldo Pereira, esses falsos contratados são pessoas simples e humildes, que não tinham nenhum conhecimento sobre os contratos. Até o momento, com os 30 contratos falsos já identificados, estipula-se um desvio de R$ 60 mil mensais.
Eles são investigados pelos crimes de peculato, que caracteriza subtração ou desvio de verba pública com abuso de confiança e tem pena de dois a 12 anos de reclusão e multa, além de associação criminosa, com pena de um a três anos de reclusão.
Ainda de acordo com o delegado Ivaldo Pereira, os suspeitos negam qualquer atividade ilícita nos cargos. A Vara Criminal da Comarca de Igarassu emitiu, ainda, sete mandados de busca e apreensão. A investigação está sob o comando do delegado Adyr Martens.
Fonte:G1PE