Primeiro ano da Galeria Marco Zero celebrado com mostra sobre Burle Marx

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A relação entre Arte e Arquitetura é a tônica do recorte feito pelos arquitetos Luiz Dubeux e João Vasconcelos

A Galeria Marco Zero chega ao seu primeiro ano de existência e para celebrar as conquistas – entre elas a sequência de grandes mostras como as de Samico, Tereza Costa Rego, João Câmara, José Cláudio e Paulo Bruscky – anuncia a exposição ‘Burle Marx e interconexões’. Organizada pelos arquitetos Luiz Dubeux e João Vasconcelos, a mostra apresenta Burle Marx em diálogo com o acervo da galeria, fazendo uma aproximação entre Arte e Arquitetura. “Convidamos João e Luiz pois conhecemos a visão artística com que eles trabalham seus projetos e sua relação com o mundo das Artes.”, explica Marcelle Farias, que comanda a galeria junto com Eduardo Suassuna. A exposição abre para o público no dia 15 de dezembro.

Arquitetos Luiz Dubeux e João Vasconcelos

“Tradicionalmente, em nossos projetos costumamos aliar o Design com a Arte. Então, o convite para organizar essa mostra nos deu muito prazer. Vamos explorar as diversas facetas do artista que além de paisagista, profissão que o consagrou, também era pintor, escultor e até designer de joias.”, explica Dubeux. “Serão 25 peças ao todo, sendo 11 de Burle Marx e 14 de artistas cujas obras, em nossa ótica, apresentam pontos de contato com ele, como Gil Vicente, José Claudio, Kilian Glasner, entre outros.”, acrescenta Vasconcelos.

Para além do acervo pictórico, o visitante vai conferir intervenções no espaço: um passeio demarcado no piso com inspiração direta nas obras de Burle Marx convida o público a percorrer a galeria. Elementos paisagísticos também estarão presentes, assim como criações orgânicas como um tapete de 4,5m de diâmetro, assinado pelo escritório Dubeux e Vasconcelos. Outro ponto de atenção será uma releitura de sala de estar modernista, com mobiliário assinado por designers como Sérgio Rodrigues, Joaquim Tenreiro e Domingos Tótora.

Sobre Roberto Burle Marx
No Recife, a lista de suas obras é extensa e inclui grandes marcos urbanos da capital pernambucana, onde ele assinou 39 projetos de jardins públicos e particulares entre 1935 e 1990, entre eles a Praça de Casa Forte, a Praça do Derby, os Jardins do Campo das Princesas, a Praça Salgado Filho (Praça do Aeroporto), a Praça Euclides da Cunha (Madalena) e os Jardins da Farias Neves (Dois Irmãos). Reconhecido como foi um dos paisagistas mais importantes do século XX, incorporou uma estética plástica à criação de paisagens e foi incansável na experimentação e busca de novas soluções para sua arte. Transportou o paisagismo à lógica das artes plásticas, numa percepção estética singular, através do uso de formas, texturas, cor, volume e sombras, transformando espaços públicos e privados.

Artista multifacetado e inquieto, foi paisagista, pintor, escultor, desenhista de joias, ceramista, ecologista e músico. Desenvolveu tecidos, jóias, figurinos, cenários, esculturas, gravuras e jardins com seu estilo artístico vanguardista e moderno. Roberto foi também um dos pioneiros na luta pela preservação dos biomas brasileiros, iniciando a discussão sobre meio ambiente e sustentabilidade mais fortemente a partir dos anos 1960. Foi um dos primeiros paisagistas brasileiros a usar plantas nativas em projetos nos anos 1930 e a reconhecer a importância da diversidade e riqueza da flora brasileira. Seus projetos públicos levaram seus ideais e conceitos para todos, criando espaços democráticos e de bem estar nas cidades.
Sobre os organizadores

Luiz Dubeux e João Vasconcelos comandam o um escritório de arquitetura, cuja áreas de atuação são projetos comerciais, corporativos, residenciais e design de produto. Com estilo jovem e contemporâneo, alcançam a singularidade nos projetos através da constante busca pela inovação aliada à elementos atemporais, pela harmonia entre estética e funcionalidade, pelo equilíbrio entre conforto e praticidade e pela conjugação de bom design às artes plásticas.

Sobre a Galeria Marco Zero
Comandada por Eduardo Suassuna e Marcelle Farias, a Galeria Marco Zero reúne um acervo de diversas vertentes, expressões, períodos e estilos. Entre os destaques, a representação do espólio do pernambucano Gilvan Samico, e a preservação e difusão de nomes do quilate de Abelardo da Hora, Cícero Dias, Gil Vicente, Francisco Brennand, Burle Marx, Vicente do Rego Monteiro, Tereza Costa Rêgo, Reynaldo Fonseca, Lula Cardoso Ayres, Carybé, Di Cavalcanti, Portinari, Tomie Ohtake, Abraham Palatnik, Rubem Valentim, José Cláudio e João Câmara.

A galeria também se corresponde com movimentos mais contemporâneos apresentando trabalhos de Tunga, Miguel Rio Branco, Paulo Pasta, José Damasceno, Rodrigo Andrade, Túlio Pinto, Emmanuel Nassar, Felipe Cohen, Tatiana Blass, Tulio Pinto, Paulo Whitaker. E representa jovens artistas locais como Ramonn Veitez e Rayana Rayo, cujos trabalhos estão focados no desenvolvimento de suas poéticas e conectados com questões fundamentais da atualidade. A Marco Zero também abriga uma biblioteca especializada, inclusiva e em constante formação, contribuindo para o exercício da diversidade e a construção e difusão do conhecimento. Fomentar a produção local e descentralizar a circulação da arte para além do eixo Rio-São Paulo ao tempo que estabelece conexões entre a criação local e expoentes nacionais é um dos propósitos do espaço.

Serviço:
Exposição Burle Marx e interconexões
Local: Galeria Marco Zero – Avenida Domingos Ferreira, nº 3393, Boa Viagem
Visitação: 15 de dezembro de 2022 até 20 de janeiro de 2023
Horário – seg à sex | 10h-19h | sáb e dom |10h-17h |
Acesso gratuito

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