Para Susanne Galeno, bióloga, consultora de sustentabilidade e bem-estar e CEO da Sustentavelmente, falar sobre saúde mental no trabalho não é apenas um ato de empatia, mas uma estratégia essencial de gestão
Em setembro, a cor amarela toma conta de lares, redes sociais e espaços de trabalho para lembrar a todos: viver é um direito, e cuidar da saúde mental é essencial. Essa reflexão ganha ainda mais força no ambiente corporativo, onde a pressão por resultados, as longas jornadas e a instabilidade econômica impactam diretamente o bem-estar emocional dos colaboradores.
O Brasil vive hoje uma crise preocupante: em 2024 foram concedidas 472.328 licenças médicas por transtornos mentais e comportamentais, um aumento de 67% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Previdência. Esse número coloca o país entre os que mais afastam trabalhadores por ansiedade, depressão e burnout, revelando um problema que vai além do individual e atinge a produtividade, a inovação e a sustentabilidade das organizações.
Para Susanne Galeno, bióloga, consultora de sustentabilidade e bem-estar e CEO da Sustentavelmente, falar sobre saúde mental no trabalho não é apenas um ato de empatia, mas uma estratégia essencial de gestão. Segundo ela, empresas que adotam medidas preventivas reduzem o absenteísmo, fortalecem o engajamento e criam times mais criativos e colaborativos. Nesse contexto, a aromaterapia tem se mostrado uma prática de grande valor. Mais do que uma técnica alternativa, trata-se de uma ferramenta natural e acessível para promover equilíbrio emocional e foco. Estudos apontam que óleos essenciais como a lavanda reduzem os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e auxiliam no controle da ansiedade. Já aromas cítricos, como o limão siciliano, ou ervas como o alecrim, contribuem para melhorar a concentração e estimular a clareza mental.
De acordo com Susanne, empresas podem integrar a aromaterapia de maneira simples no dia a dia. Difusores em áreas de convivência, recepções e até em estações de trabalho ajudam a criar um ambiente mais acolhedor e propício ao equilíbrio. Além disso, workshops com experiências práticas sobre o uso seguro dos óleos essenciais podem ser oferecidos como ações de endomarketing, reforçando a preocupação da empresa com a saúde emocional da equipe e incentivando o autocuidado. Essas iniciativas, além de acessíveis, comunicam de forma clara que o bem-estar dos colaboradores é prioridade.
O cenário atual mostra que a discussão precisa ir além das campanhas de conscientização. A recente atualização da Norma Regulamentadora NR-1 incluiu a avaliação de riscos psicossociais nos ambientes de trabalho, o que obriga as empresas a olharem com seriedade para fatores como estresse, assédio e sobrecarga mental. Nesse ponto, práticas complementares como a aromaterapia podem se somar a programas estruturados de saúde corporativa, agregando valor e mostrando inovação na forma como as empresas cuidam das pessoas.
Investir em saúde mental não é custo, é investimento. Um ambiente mais humano e sustentável gera retorno direto em produtividade, engajamento e retenção de talentos. Para Susanne Galeno, esse é o verdadeiro significado do Setembro Amarelo no contexto corporativo: mais do que um mês de reflexão, é um convite à ação. “Quando a empresa mostra que se importa genuinamente com as pessoas, ela abre espaço para que todos trabalhem com mais leveza, propósito e energia criativa. E soluções naturais como a aromaterapia podem ser grandes aliadas nesse processo”, conclui a especialista.