Problemas visuais não diagnosticados podem ser confundidos com dificuldades de aprendizado
Próximo ao retorno das aulas, muitos pais começam a fazer o famoso checklist de livros, cadernos, fardas e demais materiais escolares. Contudo, outro ponto importante que também deve estar na lista é a saúde ocular das crianças, que desempenha um papel fundamental no rendimento escolar.
Cerca de 800 mil crianças brasileiras vão à escola com problemas de visão não tratados, o que resulta em uma redução significativa no aprendizado. É o que revela um estudo conduzido pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB), em parceria com a Fundação Seva. A identificação e o tratamento precoce de problemas visuais promovem melhor desempenho escolar, participação e desenvolvimento global das crianças.
“Crianças que não enxergam bem podem ter dificuldades para ler e escrever, o que leva a um baixo rendimento e desinteresse nas atividades escolares. Alguns sinais podem estar relacionados a problemas visuais e, por isso, é fundamental que pais e professores fiquem atentos, principalmente quando estão lidando com crianças não verbais. São eles: desalinhamento dos olhos, desinteresse nas atividades e brincadeiras, dificuldade para enxergar o quadro, aproximar-se muito dos livros ou telas, tropeçar e esbarrar em objetos, esfregar bastante os olhos, entre outros”, explica a médica oftalmologista do Instituto de Olhos do Recife (IOR), Cassia Fernandes.
De acordo com a especialista, problemas visuais não diagnosticados podem ser confundidos com dificuldades de aprendizado. “A dificuldade em enxergar o material didático ou o quadro pode gerar desmotivação e desinteresse pelas atividades escolares e, consequentemente, pode ser confundida com algum déficit de atenção ou de aprendizado. A chave para diferenciar é sempre começar descartando problemas visuais. Uma avaliação oftalmológica completa e precoce é o primeiro e mais crucial passo. É importante lembrar de sempre alertar os pais e professores sobre os sinais citados anteriormente”, conclui.
