Na última sexta (3) e sábado (4), as ruas e praças próximas ao Marco Zero receberam o projeto gratuito que uniu o frevo pernambucano ao jazz americano em uma fusão de culturas populares como uma celebração marcada pelo improviso, pela energia vibrante e a liberdade musical
O Bairro do Recife viveu verdadeiras noites inspiradas no tradicional carnaval de Nova Orleans – cidade localizada no estado da Louisiana, nos EUA, conhecida por sua cultura e música jazzística – em dois dias de festival “Mardi Gras em Recife”, que tomou conta da região central pernambucana. Na última sexta (3) e sábado (4), as ruas e praças próximas ao Marco Zero receberam o projeto gratuito que uniu o frevo pernambucano ao jazz americano em uma fusão de culturas populares como uma celebração marcada pelo improviso, pela energia vibrante e a liberdade musical. A programação ainda contou com a apresentação do pianista de fama internacional Amaro Freitas, que trouxe a força do jazz contemporâneo pernambucano para o palco, reafirmando a potência da cena local e seu diálogo com ritmos globais.
Entre os destaques da programação, a banda recifense Clave de Fá subiu ao palco na noite de sexta (3) com uma formação potente e um repertório envolvente que fez o público dançar ao som de clássicos do jazz com arranjos exclusivos, passando por nomes icônicos do cenário como Duke Ellington, Frank Sinatra e Ella Fitzgerald. O show empolgou o público, que dançou do começo ao fim. Com arranjos inovadores, o grupo apresentou um repertório sofisticado e vibrante em show que passeou por clássicos, misturando o charme do swing jazz à energia contagiante da música brasileira.
O espetáculo também trouxe homenagens especiais: ao multi-instrumentista Hermeto Pascoal, em uma versão da composição Forró Brasil; e a Reginaldo Rossi, reinterpretado em um ousado Funky Jazz, uma releitura surpreendente, que arrancou aplausos e fez a plateia cantar em coro. “É música feita por quem entende do assunto e sente cada nota. O Mardi Gras foi um convite para viver a cidade com ritmo, alma e improviso. Foi uma honra fazer parte desse encontro”, destaca Cynara Casé, baixista e co-fundadora da Clave de Fá. “Foi uma noite pra sentir, tocar e viver cada nota”, completou Bella Andrade, cantora, co-fundadora e produtora da banda.
Misturando o balanço do swing jazz com pop e a identidade brasileira, a Clave de Fá reafirma seu estilo erudito e contagiante. A Clave de Fá vem se firmando como um dos nomes mais criativos da cena musical pernambucana — provando que sofisticação e jazz podem (e devem) andar de mãos dadas. O grupo é conhecido por suas releituras modernas, mashups inusitados e performances marcadas pela elegância e pela espontaneidade. “Foi um momento de pura troca com o público. Tocamos o que amamos e sentimos a energia vibrando de volta”, concluiu Casé.