Pedido inclui, ainda, restabelecimento do sistema de ar-condicionado do Hospital Correia Picanço, sem funcionamento, segundo denúncia de profissionais, há seis meses.
A Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps) ingressou, hoje (20), com duas Ações Civis Públicas contra o Estado de Pernambuco em razão de denúncias divulgadas, ao longo dos últimos dias, por profissionais que atuam em hospitais da Região Metropolitana do Recife. Numa das ACP’s, a entidade pede que o Governo garanta o mínimo necessário de equipamentos básicos de proteção e higiene, tais como máscaras, luvas, aventais, álcool em gel, papel toalha e sabão – itens estes que, segundo denúncia do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (Seepe), estariam escassos em boa parte das Unidades, situação que põe ainda mais em risco a saúde dos pacientes e profissionais no atual cenário de pandemia pelo Coronavírus (Covid-19).
Na outra ACP, a Aduseps pede que seja providenciado, imediatamente, o pleno funcionamento do sistema de ar condicionado do Hospital Correia Picanço, localizado no Bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. A unidade, considerada referência no tratamento de infecções, encontra-se com suas Unidades de Terapia Intensiva sem a devida climatização necessária, já que o ar condicionado do local encontra-se, há seis meses – segundo denúncia dos profissionais – quebrado. “Tanto quem trabalha quanto os familiares dos pacientes estão tendo que trazer, de casa, ventiladores para instalarem nas UTI’s, locais que, por Lei, devem estar com uma devida temperatura para evitar a proliferação de bactérias”, lembra Ludmila Outtes, presidente do Seepe.
As denúncias, tanto da falta de itens de proteção e higiene quanto do não funcionamento do ar-condicionado no Hospital Correia Picanço, têm sido divulgadas desde a última quarta-feira (18). De acordo com Ludmila, a escassez dos materiais atinge, praticamente, todos os hospitais do Grande Recife. “Falta sabão e papel toalha em todos os hospitais. Além disso, recebemos denúncias de que, no Agamenon Magalhães e no Procape, também têm faltado máscaras”, afirma.
A presidente do Seepe relata, ainda, que não há posicionamento algum da diretoria do Correia Picanço com relação ao problema com a climatização. “Eles apenas informam que estão aguardando retorno da Secretaria Estadual de Saúde. Mais nada”.
“Levando em conta a situação de risco que todos têm vivido, principalmente neste atual cenário de pandemia pelo Coronavírus, a Aduseps, sempre atenta e vigilante também com a saúde pública, ingressou com essas duas Ações Civis Públicas e espera uma resposta rápida do Poder Judiciário para que tanto esses materiais de higiene e de proteção individual sejam garantidos nas unidades hospitalares como, também, seja providenciada a devida normalidade no sistema de ar condicionado do Correia Picanço, resguardando-se, assim, a saúde tanto dos pacientes quanto dos operadores de saúde”, afirma Karla Guerra, coordenadora jurídica da Aduseps.