Área de oncogeriatria ajuda a avaliar o paciente de forma multidimensional
O envelhecimento da população brasileira – atualmente com expectativa de vida de 77 anos, dados do IBGE – aumenta a incidência de tumores. Até 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados 704 mil novos casos de câncer, por ano. E em pessoas dessa faixa etária, se faz necessária uma avaliação personalizada antes mesmo de se indicar um tratamento, porque estão expostas a alterações fisiológicas do envelhecimento e a uma maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão e dislipidemia.
O oncologista Diogo Sales, da Multihemo Oncoclínicas, explica que a Oncogeriatria, diferente da forma usual, leva-se em consideração não apenas o quadro clínico do paciente, mas também os aspectos biopsicossociais, grau de funcionalidade e de fragilidade, dentre outros dados importantes no cuidado à pessoa idosa. “As avaliações oncogeriátricas nos permitem calcular qual o melhor tratamento, seu risco de toxicidade, possíveis efeitos adversos, além de outros fatores que influenciam no prognóstico”, explica.
O foco da Oncogeriatria é oferecer ao paciente um atendimento multidisciplinar feito por oncologistas, geriatras, psicólogos, nutricionistas, enfermeiras, entre outros. “Construímos, durante nossa consulta, uma avaliação geriátrica ampla com informações relevantes como força muscular, remédios de uso contínuo, riscos nutricionais, estado cognitivo onde podemos identificar problemas de memória, grau de funcionalidade e sobrecarga do cuidador, visando contribuir com a visão do oncologista na melhor escolha do tratamento individualizado para suprir a heterogeneidade de cada pessoa idosa” enumera a geriatra Sandra Brotto, da Multihemo Oncoclínicas.
Dessa forma, defende Diogo, é possível tomar decisões terapêuticas mais assertivas. “É importante lembrar que nem todos os idosos são vulneráveis e frágeis, por isso, é preciso uma avaliação mais ampla para que idosos tenham um tratamento oncológico mais individualizado e adequado. O objetivo é garantir a qualidade de vida desse paciente”, acrescenta.