
A importância do júri popular
Oscar D’Ambrosio
Filmes de tribunal costumam sempre funcionar muito bem. No caso da obra sul-coreana “O jurado 8”, de Hong Seung-wan, confirma a regra. A partir do primeiro caso avaliado por um júri popular, que de fato ocorreu naquele país em 2008, são mostradas reviravoltas em que a lógica e a argumentação são essenciais.
O caso parecia simples, com um réu confesso de ter assassinado a mãe com um martelo e tê-la jogado pela janela, mas tudo começa a se complicar quando um jovem e atrapalhado empreendedor, o jurado número 8 que dá o título ao filme, manifesta que não tem total certeza da confissão de culpa do réu.
Começam então discussões repletas de argumentos em que cada um dos jurados mostra as suas melhores e piores facetas. Estão ali um empresário que quer decidir tudo rapidamente, um embalsamador, uma mulher rica, uma dona de casa atenta aos detalhes, entre outros que ajudam a formar um perfil da sociedade local.
A narrativa apresenta grande influência do clássico filme “12 homens e uma sentença” (1957), de Sidney Lumet, e mostra como um júri popular traz consequências inesperadas. Discute, por exemplo, quem tem maior capacidade de julgar, aquele que estudou para isso ou o cidadão comum? A discussão é excelente e o filme a trata com humor e sem perder a profundidade.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br