Dia dos Cuidados Paliativos: o que é, e por que a abordagem deve começar desde o diagnóstico

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Celebrada em outubro, a data chama atenção para a importância de quebrar tabus e combater a desinformação sobre o tema

No dia 12 de outubro (data oficial em 2025, segundo o calendário internacional), celebra-se o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos e Hospice. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância dessa abordagem, que busca melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio do alívio do sofrimento e manejo da dor.

Os cuidados paliativos consideram o indivíduo em sua totalidade, abrangendo dimensões físicas, emocionais, psicossociais e espirituais, desde o momento do diagnóstico até as fases mais avançadas da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 40 milhões de pessoas no mundo necessitam de cuidados paliativos a cada ano.

Geralmente, os cuidados paliativos ainda são associados apenas ao fim da vida, mas a prática vai muito além disso. “Costumo dizer que o cuidado paliativo não é desfecho, mas uma forma de enxergar o indivíduo como centro do cuidado, independentemente da doença que ele tenha. É um cuidado global e multidisciplinar, que consiste em acolher o paciente e sua família diante de diagnósticos difíceis e doenças potencialmente ameaçadoras à vida”, explica o geriatra Lukas Luna, gerente médico da Clínica Florence, primeiro hospital de transição do Norte e Nordeste.

Para garantir uma abordagem eficaz, é fundamental a atuação de uma equipe interdisciplinar, que une médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, entre outros profissionais. O objetivo é controlar sintomas e promover conforto em todas as dimensões do cuidado — física, emocional, social e espiritual.

Segundo o Dr. Lukas, o paciente ou a família, caso ele não possa mais se comunicar, deve procurar os cuidados paliativos assim que recebe o diagnóstico. “O cuidado paliativo ajuda a alinhar expectativas e planejar o tratamento desde o início da doença, enquanto o paciente ainda tem autonomia e capacidade de decisão. Isso faz toda diferença para garantir qualidade de vida e respeito à sua vontade”, destaca o médico.

Os cuidados paliativos podem beneficiar pessoas de todas as idades. Entre as principais condições que se beneficiam dessa abordagem estão demências (como Alzheimer e Parkinson), câncer em estágio avançado, doenças cardíacas e pulmonares, insuficiência renal, esclerose lateral amiotrófica (ELA), HIV em fase avançada e doenças genéticas ou congênitas incuráveis.

Mesmo sendo uma área reconhecida pela OMS desde 1990, ainda existem tabus e desinformação que afastam pacientes e famílias dessa forma de cuidado. “Muitos acreditam que o cuidado paliativo significa não fazer nada, mas é justamente o contrário: trata-se de uma atuação ativa e essencial, que busca proporcionar mais tempo de vida com qualidade e dignidade, além de ajudar no preparo emocional e familiar para todas as fases da doença”, finaliza o Dr. Lukas Luna.

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