Seminário reúne 1.500 Produtores em Campos Novos
Cerca de 1.500 produtores rurais participaram do 2º Dia de Campo e Seminário Estadual – ATeG – Programa de Assistência Técnica e Gerencial em Pecuária de Corte, realizado na semana passada em Campos Novos pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).
O Seminário foi desenvolvido pela manhã no Centro de Eventos Galpão Crioulo (margens da BR 470, Jardim Bela Vista). As atividades do Dia de Campo ocorreram na Fazenda do Cervo, na zona rural de Campos Novos, no período da tarde.
O evento foi coordenado pelo presidente do Sistema Faesc/Senar-SC José Zeferino Pedrozo e prestigiado pelo prefeito de Campos Novos, Silvio Alexandre Zancanaro, pelo Secretário da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Ricardo de Gouvêa, pelo diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Daniel Klüppel Carrara e pelo diretor de Administração e Finanças do SEBRAE/SC, Anacleto Angelo Ortigara.
Também participaram o vice-presidente de finanças e coordenador estadual do Programa de Assistência Técnica e Gerencial em Pecuária de Corte, Antônio Marcos Pagani de Souza; os vice-presidentes da Federação Enori Barbieri João Francisco de Mattos; o superintendente do SENAR/SC Gilmar Antônio Zanluchi, o presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Campos Novos, Luiz Sérgio Gris Filho e o superintendente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Santa Catarina (SESCOOP/SC), Neivo Luiz Panho.
O ponto alto do Seminário foi o lançamento da marca coletiva de carnes do Estado de Santa Catarina. O projeto foi exposto pelos consultores da SIA Davi Teixeira e Carlos Henrique, acompanhados do presidente José Zeferino Pedrozo.
O projeto marca coletiva de carnes SC foi concebido como uma estratégia de diferenciação do produto catarinense, ou seja, busca agregar valor à carne produzida em Santa Catarina. É uma demonstração de pioneirismo no desenvolvimento completo da cadeia produtiva da carne de Santa Catarina. Procura associar a carne bovina catarinense à preservação ambiental, segurança de alimentos e qualidade de produto, incentivar o consumo de carne bovina dentro e fora do Estado e aumentar o engajamento da sociedade catarinense em geral em favor do produto cárneo.
Alguns diferenciais catarinenses contribuem com esses objetivos, como o tecido empresarial, a vocação para os negócios, o alto nível industrial, os polos de inovação tecnológica, a riqueza cultural e a condição de importante centro turístico. A diferenciação de produto também ganha expressão com a preservação ambiental do Estado, a existência de rebanho livre de febre aftosa sem vacinação, carne oriunda de animais jovens, rebanho 100% rastreado, carne produzida à pasto com segurança de alimentos, o bem-estar animal e boas práticas agropecuárias
A marca coletiva já tem nome: “Purpurata – carne catarinense certificada” em homenagem a Laélia purpurata, a flor-símbolo de Santa Catarina e pertencerá à Federação da Agricultura e Pecuária. Para implementar esse sistema, a Faesc fará a certificação de propriedades, habilitação de frigoríficos, desenvolvimento do sistema de identificação de produto, habilitação de varejistas e estratégias de marketing dentro e fora do território barriga-verde.
“Esse é um projeto do setor pecuário voltado ao produtor rural, e quem ganha é toda a cadeia produtiva e o estado de Santa Catarina”, assinalou Pedrozo.
GESTÃO
O Seminário consistiu de duas palestras. O diretor-executivo do Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA) Davi Teixeira palestrou sobre o tema “Gestão da Propriedade Rural”. Davi Teixeira é graduado em Zootecnia pela Universidade Federal de Santa Maria, mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de Santa Maria e doutor em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui Pós-doutorado junto ao Grupo de Pesquisa em Ecologia do Pastejo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Pós-doutorado em Produção Integrada de Sistemas Agropecuários junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Na sequência, o consultor em Agronegócio Roberto Grecellé explanou sobre “Mercado da Carne, Desafios e Oportunidades”. Grecellé é médico veterinário com Mestrado em Produção Animal (UFRGS).
O Sistema Faesc/Senar-SC agradeceu ao produtor rural Arnaldo Faversani e família por abrir as portas da fazenda para a realização do 2º Dia de Campo Estadual do Programa de Assistência Técnica e Gerencial. O agradecimento foi materializado com a entrega de uma placa.
AMPLIAÇÃO
O diretor geral do SENAR Daniel Carrara destacou o sucesso de Santa Catarina no programa ATeG: “O estado vem se despontando pela qualidade de seu trabalho. Um estado relativamente pequeno, com metas ousadas, mas o principal é a qualidade. Fazer um dia de campo com mais de 1.500 produtores, avançando em produtividade, em recuperação de pastagem e lançando uma marca de carne, ou seja, tecnologia linkada com o mercado, isso é um exemplo que tem que ser seguido por todo o País. Nós estamos realizando várias reuniões com o País todo, de trocas de experiências, e Santa Catarina está sempre à frente”.
Carrara anunciou que tem expectativa de ampliação da assistência técnica no Estado para mais 5 mil produtores nos próximos três anos, mediante investimento da ordem de R$ 22 milhões.
ASSISTÊNCIA
O Sistema Faesc/Senar-SC iniciou em 2016 – em parceria com o SEBRAE – uma inovação na gestão das propriedades rurais: o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Pecuária de Corte que representa um avanço na capacitação dos produtores rurais, preparando-os para a condução das atividades pecuárias com uma visão empresarial e o emprego de avançadas técnicas de gestão e controle. Contribui para elevar o nível de gestão, a produtividade e a melhoria genética dos rebanhos através da inseminação artificial de 65.000 matrizes bovinas com protocolo IATF, inseminação em tempo fixo, durante a vigência do programa.
O programa proporciona aumento da produção, evolução na produtividade e no nível de gestão, além do incremento da renda líquida em propriedades rurais de Santa Catarina. As propriedades são assistidas em gestão, genética, manejo adequado, sanidade, melhoria da alimentação e das instalações dos estabelecimentos rurais, através de visitas técnicas e gerenciais mensais no período de dois anos. Durante as visitas são transmitidas metodologias sobre cálculo de custos de produção, indicadores e análise de dados para planejamento estratégico conforme os pontos fortes e fracos de cada propriedade. O foco do atendimento dos técnicos é a transmissão de conhecimentos relacionados à gestão da empresa rural e técnicas de manejo voltadas às atividades de cada propriedade rural.
Até o momento o programa atende 1.452 propriedades rurais, divididos em 41 Grupos e 39 Sindicatos Rurais abrangendo 136 municípios das regiões do planalto serrano, oeste, norte, meio oeste, extremo oeste, Vale do Itajaí e sul.
As informações técnicas e gerenciais são lançadas em um software, pelo qual os empresários rurais acessam os indicadores gerenciais da propriedade, auxiliando nas tomadas de decisões para melhorar a sua rentabilidade.
O Programa Desenvolvimento da Bovinocultura de Corte de Santa Catarina é coordenado pelo Sistema Faesc/Senar-SC em parceria com o Sebrae e conta com o apoio e suporte da SIA (Serviço de Inteligência em Agronegócio).
DEPOIMENTOS
JOSÉ ZEFERINO PEDROZO,
Presidente da FAESC/SENAR-SC:
Essa é uma iniciativa nova que está completando três anos. A pecuária de corte é uma atividade que demanda mais tempo para colher os resultados, mas estamos satisfeitos com o engajamento dos nossos produtores. Infelizmente não podemos atender a toda a demanda e procura de criadores que gostariam de fazer parte deste programa. Estamos aumentando gradativamente, de acordo com o que nosso orçamento permite, mas também temos a convicção de que o efeito sobre os produtores que não fazem parte da nossa assistência técnica e gerencial corresponde a um efeito multiplicador e que, certamente, fará com que os resultados apareçam em Santa Catarina. Foi encomendado especialmente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Nacional, onde busca não apenas a assistência técnica, ensinar o produtor a receber o que há de moderno nas tecnologias para a atividade da criação, recria, engorda de bovinos, mas também dar a esses produtores noção e conhecimento mais apropriados. A assistência individualizada a cada produtor, como ele deve gerir a sua propriedade, ter conhecimento do que representam as receitas e, também, estar consciente de até quanto pode gastar para que não venha a comprometer não só o resultado, mas principalmente o seu patrimônio. Esse tem sido o grande diferencial desse programa, não só levar conhecimento, mas, através da aplicação das técnicas de gestão, de administração, orientar o produtor a fazer o seu orçamento com antecedência, saber onde deve gastar, qual é a sua programação, por meio de um plano de trabalho. Isso tem trazido ótimos resultados.
DANIEL KLÜPEL CARRARA,
Diretor geral do SENAR Administração Central
A avaliação é a melhor possível. O trabalho de Assistência Técnica e Gerencial começou no nosso Sistema há cinco anos e desde o início a regional de Santa Catarina é uma parceira de excelência na construção de uma metodologia e de uma nova missão da nossa instituição. Santa Catarina vem se despontando pela qualidade de seu trabalho. Um estado relativamente pequeno, com metas ousadas, mas o principal é a qualidade. Fazer um dia de campo com 1.500 produtores, avançando em produtividade, em recuperação de pastagem e lançando uma marca de carne, ou seja, tecnologia linkada com o mercado, isso é um exemplo que tem que ser seguido por todo o País. Nós estamos realizando várias reuniões com o País todo, de trocas de experiências, e Santa Catarina está sempre à frente.
ANACLETO ÂNGELO ORTIGARA,
diretor de administração e finanças do SEBRAE/SC:
É uma ação conjunta da Federação da Agricultura, do SENAR, do SEBRAE e do setor produtivo do agronegócio catarinense, especialmente na bovinocultura. É um passo a frente, é a melhoria que todos buscam de qualidade, de escala, de confiança para o consumidor e de confiança para o produtor que, ao ser assistido, enxerga, percebe e atua em um futuro muito mais promissor. O SEBRAE tem o compromisso de cumprir a sua missão institucional com essas parcerias muito promissoras e que realmente confirmam o acerto na escolha. Bons parceiros, bons resultados. Santa Catarina melhor e o Brasil muito melhor. O projeto inicia e se conclui em um prazo determinado: 2020 é o parâmetro de desenvolvimento final do projeto, mas não quer dizer que conclua todo o trabalho em 2020. Muito provavelmente teremos ações continuadas, até porque a melhoria não tem ponto final, a melhoria continuará a existir. O SEBRAE, o SENAR, a Federação da Agricultura e os produtores continuarão o trabalho em parceria em 2020 e nos anos que virão a seguir.
ANTÔNIO MARCOS PAGANI DE SOUZA,
Vice-presidente de Finanças e coordenador do programa ATeG Pecuária de Corte:
Os efeitos são visíveis. Esse projeto de assistência técnica e gerencial de pecuária de corte tem dado um impacto positivo nas propriedades, tendo em vista que estamos aumentando a produção com qualidade. Esse é o objetivo do projeto ATeG do Sistema Faesc/Senar-SC. Nossa intenção é aumentar a produção de carne bovina em Santa Catarina. Hoje importamos 50% da carne que consumimos. É óbvio que não conseguiremos abastecer o mercado catarinense, mas faremos um trabalho para que possamos ter carne de qualidade para que façamos exportação da carne de qualidade que produzimos em Santa Catarina. Estamos trabalhando para agregar valor ao produtor rural. O nosso objetivo é fazer com que o nosso pecuarista, ganhe mais dinheiro na produção de carnes.
DAVI TEIXEIRA
diretor-executivo do Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA):
Estamos em uma etapa de desenvolvimento de uma marca de carne certificada de Santa Catarina. Isso é uma sequência do trabalho de assistência técnica e gerencial que o projeto desenvolve na cadeia da pecuária de corte do estado. Após os ajustes técnicos dentro da fazenda nas áreas de manejo e gestão da propriedade rural, estamos dando esse passo que é de levar a agregação de valor ao produto final da carne através de um selo que levará consigo os principais valores desse produto, ou seja, a rastreabilidade, a certificação da origem de nascimento dos animais, que é um diferencial de Santa Catarina, a sustentabilidade ambiental do Estado como um todo e, sobretudo, dentro das fazendas que vão seguir um protocolo de certificação e também o componente econômico de gestão da propriedade rural, que também passa a ser um diferencial. Então teremos no mercado muito em breve, através deste selo, dessa marca coletiva, uma carne com certificação que vai conferir confiabilidade ao consumidor final com valor agregado ao produtor rural.
VÂNIA DE ALMEIDA RAMOS,
criadora de bois e ovelhas.
Desde o início percebemos que não estaríamos mais sozinhos na uma administração, na produção, e, consequentemente, na produtividade. Com a orientação desse grupo, estamos trabalhando com bastante segurança, assertividade e, com certeza, com um lucro já esperado. Com tudo sendo calculado fica mais fácil se programar. Conversando sobre o programa, com minha família, chegamos a conclusão que deveríamos reunir todos os conhecidos interessados em produzir melhor. Porque quando somos orientados não pagamos o preço do aprendizado, fazemos o jogo sabendo que ganharemos ou com certeza não perderemos. Recomendo a assistência técnica e gerencial do Sistema Faesc/Senar para todos, independentemente da idade, do ramo de atuação ou daquilo que projeta para o futuro.