Medidas do Estado, que direcionam a atividade do setor para a demanda da população no combate ao coronavírus, são divididas em três vertentes: orientação técnica, crédito para aquisição de insumos e articulação com o comércio para turbinar as vendas
O Polo de Confecções do Agreste será mais um aliado dos pernambucanos no combate à pandemia do coronavírus. O Governo do Estado lançou nesta quarta-feira (8) um pacote de medidas para impulsionar a indústria do setor, adequando a linha de produção das fábricas para atender à demanda da população por equipamentos e itens de proteção contra a Covid-19. A ação é dividida em três eixos: apoio técnico, com fornecimento de manuais para produção e de selo de certificação para atestar a conformidade dos novos produtos; suporte financeiro, com linha de crédito especial no valor de R$ 6 milhões, garantindo a aquisição de matéria-prima; e consultoria comercial, com o objetivo de facilitar a interlocução com os mercados consumidores.
A estimativa inicial é que o polo produza cerca de 1 milhão de unidades de máscaras para abastecer a população do Estado em pontos de venda físicos, como supermercados e farmácias, e também por meio de plataformas de e-commerce. Além de aproximar o setor fabril das empresas do varejo, o Governo do Estado já encomendou 200 mil unidades dos protetores faciais para abastecer os servidores que continuam trabalhando, diariamente, em contato com o público.
O Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções de Pernambuco (NTCPE), que é uma organização social contratada pelo Governo do Estado para executar as políticas públicas voltadas para o setor, tem fornecido há cerca de duas semanas um manual técnico com protótipos de equipamentos de proteção, como batas, máscaras e protetores para os pés, para as empresas do segmento promoverem a adaptação necessária. Cerca de 50 empresas já estão com suas linhas de produção na ativa.
O documento, que está disponível gratuitamente no site www.ntcpe.org.br, descreve modelagens e insumos necessários para a fabricação de cada produto. A ação tem como base aproveitar a base industrial já instalada e escoar a matéria-prima existente na região, incentivando a aquisição de fornecedores locais. Além disso, o NTCPE vai avaliar os protótipos confeccionados, emitindo um selo de conformidade que garantirá a padronização da produção em grande escala.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach, reforça a atenção do Governo para os efeitos da Covid-19 na economia. “O governador Paulo Câmara criou o gabinete socioeconômico de enfrentamento ao coronavírus e todas as secretarias têm executado ações coordenadas contra essa nova doença, mas com um olhar para o setor produtivo e os empregos. A indústria permanece autorizada a funcionar normalmente e é importante reforçarmos isso. Continuamos atuantes para ajudar as empresas a enfrentarem essa crise global”, destaca.
Para garantir a compra de insumos e cobrir estoques para a nova produção, os empreendedores do Polo de Confecções do Agreste terão acesso a uma nova linha de crédito, disponibilizada pelo Governo do Estado através da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE). O recurso deverá ser utilizado exclusivamente para a compra de matéria-prima necessária à confecção de itens para o combate e proteção à Covid-19. As cartas de crédito contemplam empréstimos individuais de até R$ 50 mil, totalizando R$ 6 milhões, com taxas de juros baixas, de 0,31% ao mês. Mais informações podem ser obtidas pelo Disque AGE (0800- 081-8081) ou por e-mail, no endereço negocios@age.pe.gov.br.
APOIO DO ESTADO ATÉ O CONSUMIDOR FINAL
Empresas de marketplaces nacionais, que reúnem milhares de fornecedores em seus canais de venda, já estão em negociação com o governo estadual para disponibilizar a produção pernambucana de máscaras e demais itens em suas plataformas de e-commerce. Em paralelo, estabelecimentos do atacado e do varejo que não foram impactados com a suspensão das atividades, que é o caso de supermercados e farmácias, serão acionados para abastecer suas prateleiras com os itens fabricados no Agreste pernambucano.
RELEVÂNCIA PARA O PIB ESTADUAL
O setor têxtil e de confecções do Agreste movimenta, por ano, quase R$ 6 bilhões em negócios, além de ocupar cerca de 250 mil pessoas, entre empregos formais e informais em todo o Estado. As indústrias da região respondem pela produção de mais de 225 milhões de peças por ano e são o principal agente econômico na geração de riquezas e de postos de trabalho de mais de 40 municípios em Pernambuco e na Paraíba.