Os empresários pernambucanos estão mais confiantes que os do País e os do NE
Depois de registrar em abril deste ano a terceira maior queda desde a sua série histórica, iniciada em 2010, com 36,7 pontos, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de Pernambuco começa a se afastar dessa realidade. Neste mês de junho, o índice chegou aos 43,5 pontos, o que se configura um aumento significativo da confiança do empresário após as medidas de flexibilização da economia. O resultado, no entanto, não deve ser comemorado porque o número permanece abaixo da média dos 50 pontos e, portanto, se mantém no cenário pessimista.
De acordo com economista da FIEPE, Cézar Andrade, embora a conjuntura ainda seja difícil, o empresário começa a ter alguma esperança sobre o futuro dos seus negócios. “O que, de certo modo, reflete na confiança e isso vem numa escalada. Na comparação com maio recente, o índice cresceu 6,4 pontos”, explicou. Em maio de 2020, o ICEI estava em 37, 1 pontos.
No entanto, se comparado ao mês de junho de 2019, nota-se uma queda brusca de 16,2 pontos percentuais. Naquele ano, o índice estava acima da média e registrava 57,5 pontos. “No ano passado, apesar do cenário econômico não ser dos melhores, pois estávamos em recuperação, era totalmente diferente do que vivemos hoje: com empresas diante de um cenário incerto provocado por uma doença capaz de estremecer o mercado internacional”, avaliou Andrade.
Para se chegar ao resultado dos 43,5 pontos, a FIEPE considerou as opiniões dos empresários sobre as condições atuais e as expectativas com relação ao futuro. Isoladamente, o índice das condições atuais no mês de junho cresceu 3,6 pontos, saindo de 30,2 pontos em maio para 33,8 em junho. “Isso mostra que os subcomponentes das condições atuais, que dizem respeito à economia nacional, estadual e às empresas, estão melhorando na percepção dos empresários”, frisou o economista.
No pico da pandemia, nos meses de abril e maio, esse índice estava em queda em razão dos efeitos do isolamento social e da diminuição do consumo, o que acarretaram um fluxo menor da circulação das mercadorias, dos insumos e dos trabalhadores, reduzindo também as receitas das empresas.
Já o índice de expectativas de junho, também sinalizou uma melhora em relação ao mês anterior. O indicador registrou aumento de 7,7 pontos em relação a maio de 2020 (40,6) e chegou a 48,3 pontos em junho. “Isso é reflexo das ações de flexibilização da economia pelo País inteiro, o que tem dado aos empresários alguma previsibilidade diante de meses tão difíceis que vivemos”, relembrou Cézar Andrade.