Morre ex-deputado federal Fernando de Vasconcellos Coelho

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Fernando Coelho foi coordenador da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara — Foto: Katherine Coutinho/G1

Ele foi também presidente da Comissão Estadual da Memória e lutou pela redemocratização como político do MDB. Coelho estava internado em João Pessoa, após AVC

Ex-deputado federal e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco, Fernando de Vasconcellos Coelho morreu, aos 86 anos, nesta terça-feira (23), em João Pessoa. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), decretou luto de três dias no estado.

Segundo a família, Fernando Coelho estava internado no Hospital Nossa Senhora das Neves há 18 dias, desde que teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e morreu em decorrência de complicações do AVC.

Coelho foi também coordenador da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara. O relatório final da investigação de violações dos direitos humanos, praticadas contra cidadãos entre os anos de 1946 e 1988 no estado, foi divulgado em 2017.

O ex-deputado integrou a chamada “ala autêntica do MDB” e lutou pelo restabelecimento da democracia no país. Por isso, o então governador Eduardo Campos o nomeou como coordenador executivo da Comissão.

Fernando Coelho foi presidente da OAB-PE entre 1985 e 1987, segundo a galeria de presidentes da instituição. Ele deixa três filhos e seis netos.

Segundo a família, nos últimos anos, ele vinha se dividindo entre o Recife e João Pessoa. O sepultamento deve ocorrer na cidade paraibana, mas a família ainda não havia resolvido os detalhes.

Em nota, o governador Paulo Câmara destacou a trajetória de Fernando Coelho e se solidarizou com a família. Confira a íntegra:

“Homem conhecido pelas suas atitudes firmes e posições fortes e combativas, o ex-deputado federal por Pernambuco, Fernando Coelho, sempre lutou pela Justiça e pela democracia no nosso estado e no Brasil. Foi um incansável lutador que exerceu um importante papel, como político e advogado, no combate à ditadura. Contribuiu com a gestão pública como procurador do Recife, como presidente do IPSEP, no primeiro Governo Miguel Arraes, em 1963, como diretor do BNB e como Chefe da Assessoria Especial da terceira passagem de Miguel Arraes pelo Governo de Pernambuco. E com brilhantismo e responsabilidade, coordenou os trabalhos da Comissão Estadual da Verdade, deixando um legado que nos ajuda a seguir firmes em um momento como o atual. O seu exemplo continuará nos inspirando na luta pela liberdade, que precisa ser intensificada para impedirmos o avanço de forças obscuras e comprometidas com o cerceamento dos direitos humanos e de conquistas adquiridas pela nossa população. Assim como Arraes, a coerência foi uma marca em sua longa vida pública. Quero prestar a minha homenagem à família desse pernambucano que deixou o seu exemplo para as gerações seguintes”.

G1PE

 

 

 

 

 

 

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