O que é a vida? É o artigo de Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

O que é a vida?

Paulo Eduardo de Barros Fonseca

Com base no pensamento empírico, ou seja, movido pela observação e sobre os fundamentos da realidade, os filósofos buscam desvendar questões existenciais e relacionadas ao conhecimento, à busca da verdade, aos valores morais etc. Assim, diferentemente das religiões, a filosofia não está baseada na revelação divina e sim na razão.

Na busca da construção de um pensamento crítico em relação à vida, sobre o que é a vida, que num conceito biológico mais genérico pode ser definido com a capacidade das estruturas moleculares de estabelecer matéria necessário para sobreviver em um ambiente condições favoráveis para tanto, alguns filósofos, assim se posicionaram: Pitágoras, que foi o primeiro filósofo ocidental a sustentar a teoria da metempsicose, afirmou que o ar é cheio de alma e foi “devido a uma culpa original, a alma é obrigada a reencarnar em sucessivas substâncias corpóreas em um ciclo que só é interrompido após a purificação”. Já para Demócrito, a vida nasceu do vórtice atômica, que é “a agregação de átomos em corpos sólidos e compactos deve-se a fenômenos puramente mecânicos, particularmente à força centrípeta agregadora desenvolvida pelo movimento em vórtice”. Para Bérgson, a inteligência não explica a vida, pois segundo seu ponto de vista, “a vida é um impulso construtivo que, a cada momento, explora todas as variações possíveis, sem seguir um projeto preciso; é uma onda que arrasta e ultrapassa qualquer obstáculo, sem nunca, todavia, abandoná-lo definitivamente”. Em cada reino da natureza, a vida foi vencendo os seus obstáculos. No reino hominal, tece comentários sobre o instinto e a inteligência: “O instinto animal está cercado por um halo de inteligência e a inteligência humana não funcionaria se não se baseasse também na contribuição do instinto”. Disto resulta que “a inteligência não consegue explicar a vida, mas a vida explica a inteligência” (Nicola, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. SP: Globo, 2005.).

Entretanto, desses pensamentos constata-se que a reflexão filosófica sobre a vida não pode ser respondida somente pelo empirismo experimental, porquanto essa questão guarda íntima relação com a divindade, simplesmente porque, como ensinou o mentor espiritual Irmão Pedro, “a vida é o amor que tudo anima e Deus é o amor! Vivendo o amor em tudo que realizarem, verão que não sofrerão nem se lastimarão com as costumeiras lamúrias do dia-a-dia. Coloquem o amor nos olhos da alma e observem que panorama maravilhoso se descortinará diante de vocês.

Com a prática do amor, observem que se resumem em um só os Dez Mandamentos da lei de Moises, pois amando a Deus sobre todas as coisas, amando ao próximo como a si mesmos, estão praticando neste ato os restantes mandamentos impostos.

Com amor a alma se renova e a vida de cada um é enriquecida de tranquilidade e esperança. É no amor que está a verdade e a salvação, pois vivendo o amor luzes de verdade serão derramadas no coração da humanidade” (Fonseca.Alberto. A maneira de mostrar o caminho para se aprender a viver.  p 167. 1ª edição. SP: Edit. Grafica Cairu. 1975).

Se a vida é um eterno aprendizado, lembre-se que amor é uma luz que não deixa escurecer a vida!

Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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