Exemplo desse atendimento humanizado ocorreu nos municípios de Chapecó e Joaçaba, no oeste catarinense.
Sentir-se amada e protegida é o desejo de todas as mulheres nas horas que antecedem o parto e a chegada de um filho. As inseguranças durante a gestação são substituídas pela ansiedade de vislumbrar o rosto do recém-nascido. As possíveis dores do processo são esquecidas ao ouvir o primeiro choro ou ao pegá-lo nos braços. A compreensão sobre as necessidades da mãe e do bebê são fundamentais no processo, por isso familiares e profissionais da saúde têm papel preponderante no momento tão especial.
Exemplo desse atendimento humanizado ocorreu nos municípios de Chapecó e Joaçaba, no oeste catarinense. A publicitária, Patrícia Hoffelder, de 36 anos, entrou em trabalho de parto, justamente quando seu marido, o funcionário público Fábio Junior Vargas, de 40 anos, estava internado na UTI do Hospital Unimed Chapecó. “Fábio é muito participativo, tanto que o parto normal foi uma decisão conjunta e quando ocorreu o acidente logo pensei como faria isso sozinha ou quem me acompanharia? Cheguei a cogitar a possibilidade de ter o parto em Chapecó para estar próxima dele”, recorda.
Fábio sofreu acidente de trabalho quando atuava para restabelecer o fornecimento de energia elétrica após a passagem do ciclone pelo Estado. “Não sei detalhes de como aconteceu, mas antes dele ser transferido para Chapecó estava muito nervoso e preocupado com o nascimento do nosso segundo filho”, explica Patrícia. Ele teve mais de 50% do corpo queimado, o braço direito teve queimaduras de 2º e 3º graus, os ferimentos também atingiram partes do tórax e quadril. Na última quarta-feira (15) foi transferido para a unidade de queimados do Hospital Unimed São José para acelerar o processo de recuperação e avaliar as partes que precisarão de enxerto, mas sem previsão de alta hospitalar.
Quando Fábio estava internado na UTI do Hospital Unimed Chapecó todos os dias familiares e amigos o visitaram e depois repassavam as informações a esposa. No dia que Patrícia entrou em trabalho de parto a irmã dele Janaina Vargas de Oliveira o acompanhava e fez uma vídeochamada para que ele pudesse acompanhar o parto.
“A equipe da UTI foi muito atenciosa e permitiu que minha cunhada ficasse com ele além do horário da visita. Meu marido pode acompanhar todo o processo, a avaliação da pediatra e fizemos muitas fotos do Pedro para ele. O ginecologista e obstetra Dr. Jonatas Deon e a equipe do Hospital Universitário Santa Terezinha de Joaçaba também prestaram um atendimento carinhoso e atencioso. A madrinha do Pedro Emanuela Docena me acompanhou e relatou que a situação emocionou os profissionais de saúde”, relembra Patrícia.
A atitude simples foi muito importante para a família. “Fábio é minha força e escutar a voz dele foi significativo. Senti ele tão presente. Agradeço a todos os profissionais envolvidos que nos possibilitaram estarmos próximos. Foi um momento muito feliz”, relata emocionada.
Pedro nasceu de parto normal às 17 horas do dia 9 de julho, com 3.492 quilos, 49 centímetros e muito bem de saúde. O casal Fábio e Patrícia tem mais uma menina de seis anos, a Bianca.
APOIO
A enfermeira assistencial, Caroline Frillich Bringhenti, de 27 anos – trabalha há mais de quatros anos na Unimed Chapecó – comenta que presenciar o momento e compartilhar as emoções com o paciente e sua família foi um fato inesquecível. “Com toda a dor e angústia que ele estava vivendo em função do quadro clínico, sem dúvidas, o mínimo que poderíamos fazer para amenizar o sofrimento e a ansiedade de não estar fisicamente no momento do parto, era organizar a vídeochamada”, explica.
Segundo Caroline, foi uma emoção única para toda equipe (enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos). “Estávamos acompanhando o momento do nascimento do Pedro e foi inevitável conter as lágrimas vendo todo o amor e companheirismo que Fabio demonstrou. Quando Pedro nasceu comemoramos juntos!”, lembra a enfermeira. Caroline antecipa que a equipe levará no coração as emoções daquele dia. “Jamais esqueceremos que ali na nossa UTI, mesmo atrás da tela do celular, acompanhamos o nascimento de uma vida e o renascimento de um pai e uma mãe!”, finaliza.