Tabagismo está relacionado a mais de 50% dos casos de câncer de bexiga

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Diogo Sales, oncologista da Oncoclínicas em Recife

Abandono do cigarro e manutenção de hábitos saudáveis são chave para reduzir incidência e agressividade do tumor

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, este ano, 11.370 novos casos de câncer de bexiga devem ser registrados no Brasil, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres. Esse tipo de neoplasia é a sétima mais frequente entre pessoas do sexo masculino (exceto o de pele não melanoma), representando mais de 3% dos diagnósticos.

Os dados acendem um alerta para a importância da conscientização sobre a doença, cujo tabagismo é um dos maiores fatores de risco, sendo responsável por mais de 50% dos casos diagnosticados, de acordo com o Inca. “Isso acontece devido à carcinogênese associada aos químicos presentes no cigarro. É importante ressaltar ainda que pacientes com o hábito de fumar tendem a ter tumores de pior prognóstico por serem mais agressivos. No entanto, ao cessar o consumo do tabaco, o risco diminui progressivamente, assim como a gravidade da doença”, alerta Diogo Sales, oncologista da Oncoclínicas em Recife.

Além do tabagismo, a exposição a substâncias químicas, alguns medicamentos e suplementos dietéticos, gênero e raça, idade avançada e histórico familiar podem ter relação com o desenvolvimento do câncer de bexiga. Quanto aos sintomas, o mais comum é a hematúria (sangramento na urina), além de perda de peso sem causa aparente, dor ao urinar e no abdômen inferior, aponta Diogo Sales.

O tratamento do câncer de bexiga é definido de acordo com o seu estágio no momento do diagnóstico. “Quando o tumor não invade a camada muscular do órgão, o procedimento inicial realizado pelo urologista é a raspagem do local afetado por meio da ressecção transuretral, um método não invasivo. O tratamento complementar, com o oncologista, pode incluir BCG ou quimioterapia intravesical, ou seja, dentro da bexiga”, afirma o especialista.

Para doenças avançadas, com invasão da camada muscular ou metástase, o tratamento é multidisciplinar e pode envolver a ressecção da bexiga (cistectomia), quimioterapia, radioterapia e quimioterapia concomitante. “Nos últimos anos, houve avanços significativos no tratamento do câncer de bexiga metastático, com novas medicações que melhoraram a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. Além da quimioterapia, existem terapias-alvo específicas, imunoterapia e anticorpos para este tipo de tumor”, explica o médico.

A prevenção do câncer de bexiga, segundo o oncologista, passa principalmente por não fumar. “O cigarro é responsável por cerca de um terço de todos os cânceres diagnosticados, sendo fator de risco também para as neoplasias de pulmão, cabeça e pescoço, estômago e esôfago. Portanto, evitar o tabagismo é crucial. Além disso, a prática de atividades físicas e a adoção de hábitos saudáveis são ferramentas importantes para se ter uma vida mais saudável”, finaliza.

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