Especialista explica lado positivo e negativo da sequência de deflações

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Segundo pesquisa, o valor médio das compras dos brasileiros no 1º trimestre teve um aumento de 1,49%

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) teve uma queda de 0,72% em julho, pelo quarto mês seguido. Apesar da queda ter sido menor, em comparação com o mês de junho, o qual foi de 1,93%, os dados são vistos de forma positiva.  As informações foram divulgadas na sexta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vagas (FGV). O resultado de julho, aponta um recuo no índice de 5,15% no ano e uma queda de 7,72% em 12 meses.

Segundo a pesquisa realizada pela Tail by Totvs, através da ferramenta de inteligência de dados Tail Shoppers, o valor médio das compras dos brasileiros no 1º trimestre teve um aumento de 1,49%. A cesta de compras do consumidor brasileiro vem diminuindo. 48,9% dos consumidores têm realizado compras de emergência, de até 4 itens, no lugar da compra do mês; 30% compras de conveniência, de 5 a 11 itens; 15,2% reposição e 5,9% estão realizando abastecimento.

De acordo com a economista e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Lytiene Rodrigues, as deflações revelam uma redução dos preços e dependendo da realidade econômica, isso pode significar que os consumidores pagarão menos. “A queda dos preços também implica em uma trégua na inflação. Então, o Brasil pode começar a pensar de forma concreta na redução da taxa de juros Selic, 13,75%, a maior do mundo, que inibe o investimento de empresas, encarecendo o custo do dinheiro para a sociedade, de uma forma geral”, informa.

No Brasil, de junho de 2022 a junho de 2023, a produção industrial do país variou apenas 0,1%, conquanto a produção de produtos alimentícios cresceu 4,9%. De modo que, o aumento da produção, associado a mudança de comportamento do consumidor brasileiro, tem-se a deflação, que vem sendo instalada, não obstante a condição da renda.

A especialista explica os pontos negativos da deflação. “A decorrência de deflações desestimula as empresas e indústria a produzir, porque o lucro torna-se menor, dentro do contexto que vem ocorrendo não apenas no Brasil, mas em uma projeção prevista para a economia global em 2023. Sem o devido estímulo para manter o nível de produção, são reduzidas a produção de produtos e, com isso, existe a possibilidade de aumentar o desemprego no setor”, revela.

Ela ainda complementa. “Acredito que a deflação se trata de um freio de arrumação, que o brasileiro começou a praticar em termos da relação de consumo de sua cesta de bens e serviços, e não deve parar, porque a cesta básica no país, em média, é muito alta para a população que recebe um salário mínimo, R$ 1.320,00, levando o trabalhador em junho/2023 a dispor de 59,68% do seu rendimento líquido para comprar uma cesta básica. Lembrando que segundo o Dieese, em junho, o valor necessário do salário mínimo para cobrir as despesas das necessidades constitucionalmente previstas deveria ser de R$ 6.578,41”, conclui.

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