Nesta semana, a Prefeitura do Recife começará a retirar os equipamentos médico-hospitalares do sexto, dos sete hospitais de campanha a ser desativado
Em processo de desativação desde o início deste mês, o Hospital Provisório Recife 3 (HPR3), localizado na Imbiribeira, registrou a última alta de paciente após quatro meses colaborando no combate à pandemia de covid-19. Nesta segunda-feira (14), a Prefeitura do Recife começará a retirar os equipamentos médico-hospitalares do sexto dos sete hospitais de campanha construídos pela PCR a ser desativado, para em seguida desmontar as estruturas das paredes, teto e pisos.
“Hoje nós anunciamos o encerramento das atividades do sexto hospital de campanha feito no Recife. É o Hospital Provisório Recife 3, que fica na Imbiribeira. Neste final de semana, o último paciente que estava internado recebeu alta e foi para casa. Eu quero agradecer a todos que trabalharam nesse hospital, especialmente a todos os profissionais de saúde que fizeram atendimentos nesta unidade e salvaram muitas vidas. O dever de vocês foi cumprido. Hoje nós temos 77 pacientes internados nas UTIS da Prefeitura, sendo 33 do Recife, o que é o menor número desde o início da pandemia. É muito importante que todos continuem a prevenção para que a doença permaneça controlada em nossa cidade”. afirmou o prefeito Geraldo Julio.
Com mais de 2.300 m² de área construída onde se encontrava um galpão desativado de uma empresa, na Avenida Mascarenhas de Moraes, o HPR 3 contava com 107 leitos, sendo 80 UTIs e 27 enfermarias. Pela unidade administrada pelo Instituto Humanize de Assistência e Responsabilidade Social (IHARS), passaram mais de 500 pacientes.
No último mês de agosto, a Prefeitura do Recife desativou o HPR 2, nos Coelhos, que foi o maior hospital de campanha construído pela gestão municipal. No início de julho, já haviam sido desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR – Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de covid-19 nas áreas internas.
Assim como foi feito na desmobilização de leitos dos outros cinco hospitais de campanha, os equipamentos médico-hospitalares do HPR 3 serão levados para outras unidades de saúde municipais, como as maternidades e o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, em Areias. Parte dos materiais continuará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e a Prefeitura do Recife identifique a necessidade de voltar a abrir mais leitos municipais.
A desativação dos hospitais de campanha foi possível graça à queda sustentada nos principais indicadores na pandemia, há quatro meses, o que também vem permitindo a reabertura segura e gradual de atividades econômicas e sociais. Na última sexta-feira (11), o Recife chegou aos seis meses de pandemia com redução de mais de 90% nos óbitos por covid-19, 70% nas internações da rede hospitalar e 50% nos atendimentos a pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19, na comparação dos dados de maio, no pico da pandemia, com o mês de agosto.
Na fase mais crítica da pandemia, entre abril e maio, a rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso graças ao maior índice de isolamento social entre as capitais brasileiras e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano. Os sete hospitais de campanha municipais chegaram a ter cerca de mil leitos para os pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. O Recife foi a capital que, proporcionalmente à população, abriu mais leitos de covid no Brasil.
Os sete hospitais municipais e os leitos de covid abertos em outras duas unidades de saúde propiciaram quase 17 mil atendimentos, mais de seis mil internações e mais 3.100 altas médicas. Para dar conta dessa demanda extraordinária, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife contratou mais de quatro mil profissionais e adquiriu mais de 10 mil equipamentos médico-hospitalares, além 3,5 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Ao todo, já foram desativados 693 leitos municipais, restando 335 leitos em funcionamento, sendo 153 UTIs e 182 enfermarias. Neles, estão internados hoje 163 pacientes – 86 nas enfermarias e 77 deles nas UTIs (desses últimos, cerca de 60% deles são pacientes vindos de outras cidades). O número de pacientes internados também vem caindo, desde junho. Após a desativação do HPR 3, o único hospital de campanha que permanecerá funcionando completamente será o Hospital Provisório Recife 1, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro.