Hospital das Clínicas da UFPE tem três ambulatórios específicos para tratar os asmáticos
Especialistas estimam que cerca de 10% da população brasileira (21 milhões de pessoas) têm ou já tiveram sintomas de asma alguma vez na vida. Para homenagear esse grande contingente e para conscientizar a população a respeito dos sintomas e meios de prevenção das crises foi instituído o Dia Nacional de Controle da Asma, em 21 de junho, data que marca a chegada do inverno no Hemisfério Sul. Unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Hospital das Clínicas da UFPE tem três ambulatórios específicos para tratar os asmáticos: o de Asma Grave, o de Asma na Gravidez e o de Asma na Infância, além de uma série de pesquisas científicas desenvolvidas sobre o assunto.
Com a chegada do frio e das chuvas do inverno, há o aumento do número de atendimentos nos prontos-socorros e hospitais. A asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica, com episódios recorrentes de falta de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito. “De 1% a 2% da população brasileira desenvolvem as formas mais graves com necessidade de atendimento e acompanhamento em serviços de saúde. Cerca de 2,5 mil pessoas morrem em decorrência da doença por ano no Brasil”, revela o chefe do Ambulatório de Pneumologia do HC, Ângelo Rizzo.
A asma é deflagrada por um conjunto de fatores genéticos e ambientais (poeira, ácaros, fungos, pólens, pelos de animais, fezes e o corpo de barata, poluição, fumaça de cigarro, variação climática, frio, entre outros). “Temos uma pesquisa científica daqui do HC, por exemplo, em que comparamos a prevalência de asma em crianças da zona rural (16%) e da zona urbana (21%) de Caruaru, demonstrando que o contato maior com a natureza e com menos agentes poluentes diminuem a incidência da doença. Outro estudo também mostra a diferença de casos em domicílios com e sem a presença de baratas”, exemplifica Ângelo Rizzo.
Os sintomas também podem ser desencadeados por infecção respiratória viral, alteração emocional e esforço físico. O tratamento do asmático é baseado no controle dos sintomas. “Os cuidados com a manutenção de um ambiente limpo e arejado e o tipo de medicamento, que é empregado de acordo com a frequência e intensidade da doença, são a base do tratamento. Por isso, a adesão do paciente e de sua família é muito importante”, explica Ângelo Rizzo. A medicação pode ser controladora ou de manutenção, para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises; e de alívio ou de resgate, para amenizar e interromper os sintomas quando houver a piora.
ASMA E COVID-19 – Sobre a relação da asma com a Covid-19, logo no início da explosão de casos, imaginava-se que os asmáticos comporiam o grupo de risco da doença pandêmica, de forma intuitiva, devido à inflamação que a asma provoca nos pulmões. Mas, na prática, essa relação não foi comprovada estatisticamente. “Estudos seguem sendo realizados para explicar isso, mas duas hipóteses têm sido apontadas: a medicação da asma poderia evitar a evolução da Covid para a sua forma mais grave; ou a própria resposta imunológica do asmático que combateria a evolução da Covid”, explica Ângelo Rizzo.