Ponto de Inflexão para Reflexão, é o artigo de Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Ponto de Inflexão para Reflexão

Paulo Eduardo de Barros Fonseca

A pandemia do Covid19 precipitou uma enorme e necessária ruptura na sociedade contemporânea. Foi de forma abrupta que a Covid-19 surgiu, deslocando, paralisando e adiando tudo e, sob todos aspectos que se procure analisar, os padrões sofreram repentina descontinuidade. Em pouco mais de 5 meses, pelo caos e sofrimento, a humanidade se viu obrigada a mudar sua insana rotina comportamental.

Esse é o ponto de inflexão para reflexão!

Isso porque o vírus é absolutamente democrático, não escolhe suas vítimas. Faz mal sem olhar a quem mostrando à humanidade que todos, indistintamente, são absolutamente iguais perante a inteligência suprema que rege o universo, a qual chamamos de Deus.

Em razão dessa sua peculiaridade, as pessoas se viram obrigadas a cumprir o distanciamento social e a se abrigarem em seus lares, resgatando a importância da família como ente basilar da sociedade.

Mais ainda, apesar das dificuldades e aflições individuais, as pessoas se tornaram mais solidárias – mesmo porque como uma não viverá sem a outra -, procurando ajudar os menos assistidos materialmente colocando em prática a mensagem divina do amor. O mesmo sentido as pessoas se uniram em oração, rogando auxílio à espiritualidade para suportar e superar este momento. A pandemia, como reflexo sobre os atos de mudança comportamental voltados para o socorro fraterno e solidário, produziu o amor ao próximo preconizado por Jesus.

Outro aspecto interessante é que todas obrigações – profissionais, sociais, etc. – perderam importância. A forma de trabalhar, estudar e até mesmo de se comunicar com outras pessoas mudou. A tecnologia, decorrente do enorme avanço cientifico e tecnológico vivenciado pela humanidade nos últimos 100 anos, ajudou as pessoas a se reposicionarem socialmente.

Questões estruturais apontadas como críticas pela ciência, tais como: a emergência climática, a aniquilação em curso da biodiversidade e o adoecimento coletivo dos organismos foram mitigadas com a melhoria dos respectivos índices, numa clara demonstração que de “homo homini lupus”, ou seja, o homem é o lobo do homem, cuja metáfora quer dizer que o homem ameaça a própria espécie.

Por essas razões, e por tantas outras, é que afirmo que estamos vivendo um ponto de inflexão e as pessoas – toda pessoa -, como uma necessidade, precisam refletir sobre o que desejam para si e para as gerações futuras, de modo que os próximos anos serão fundamentais para a história da humanidade.

A pandemia vai passar e a humanidade precisa sair fortalecida deste momento rico em oportunidades para que não recaia nas mesmas mazelas que fizeram com que os homens e planeta adoecessem.

No esforço de progredir, todos trazem em si instrumentos indispensáveis a manutenção da própria paz e quanto mais preencherem os espaços mentais com as ideias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão mais aumentam a sua capacidade de conquistar amplos recursos para o progresso.

Neste momento de evidente transição planetária, pelo bem do planeta, esse é o trabalho de amor e caridade que se espera da humanidade.

Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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