Presidente da ABTPé dá dicas para evitar lesões durante a prática, que nesse período deve ser feita sem contato físico
Com o fechamento temporário das academias, em razão da pandemia do coronavírus, a corrida tem sido uma alternativa para a continuidade da prática de atividade física, uma vez que não envolve contato físico. Segundo o Ministério da Saúde, exercícios ao ar livre estão permitidos, desde que não sejam praticados em grupo. Mas para que a corrida cumpra o propósito de hábito saudável, alguns cuidados devem ser observados para minimizar o aparecimento de lesões, sem deixar de lado as medidas de prevenção ao coronavírus, ressalta o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo.
“Nesta fase de pandemia, o ideal é que a corrida seja realizada em esteira e em casa. Para quem não dispõe do equipamento e vai correr na rua, é muito importante seguir as recomendações do Ministério da Saúde de não realizar contato físico com outras pessoas, evitar contato com qualquer objeto durante o exercício e, ao retornar, deixar os calçados do lado de fora de casa e ir direto para o banho”, salienta o especialista. “Caso apresente qualquer sintoma gripal ou tenha tido contato com alguém com diagnóstico de infecção pelo coronavírus, você não deve sair de casa”, completa.
A corrida está entre os esportes mais praticados no mundo. A atividade melhora muito o condicionamento físico e mental, ajuda a emagrecer e no combate de inúmeras doenças, entre elas diabetes, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e osteoporose. Além de agradável, a corrida não exige nenhuma habilidade especial, mas é importante iniciar a atividade sob a orientação de um profissional. “Na impossibilidade dessa supervisão, como na pandemia que estamos vivendo, alguns cuidados devem ser observados”, explica Dr. Sanhudo.
O especialista ressalta que o aumento do desempenho do praticante de corrida deve ser progressivo e lento para minimizar as lesões de sobrecarga, “que são um verdadeiro balde de água fria para quem esta iniciando nessa modalidade esportiva”, salienta o médico.
O presidente da ABTPé lista importantes dicas para quem deseja iniciar a prática de corrida:
– Antes e depois de correr, sempre aqueça com caminhada ou trote e alongue-se sem pressa.
– Se você corre diariamente, procure alternar o tênis que usa, pois a resiliência do calçado, que é a sua capacidade de recuperar as suas características originais para absorção de impacto, costuma ser superior a 24 horas. Desta forma, se você não respeitar este cuidado, a chance de desenvolver uma lesão de esforço repetitivo é maior.
– Evite lavar o tênis que você usa para correr. A umidade enfraquece as costuras e diminui a vida útil do seu calçado.
– A vida útil de um calçado de corrida depende do peso do corredor e do tipo de terreno em que ele é utilizado, entre outros fatores, mas via de regra, um tênis suporta bem 500 Km de uso.
– Tenha cuidado ao correr em declives, eles aumentam a pressão do peso corporal e, consequentemente, a sobrecarga nos membros inferiores.
– Ao recuperar-se de uma lesão, inicie correndo a metade do percurso que você estava correndo quando teve que parar e aumente não mais do que 10% a cada semana, até alcançar o nível desejado.
– Se você apresentar queixas de dor nos pés durante ou após a corrida, não espere para consultar um especialista. A maioria das lesões são muito mais facilmente tratadas e requerem menor tempo de afastamento das atividades, se abordadas no seu início.
– Um leve desgaste irregular do tênis é esperado para a maioria das pessoas, mas quando esse desgaste é maior, aparece logo nos primeiros dias de uso do calçado ou, se está associado com sintomas, pode ser um indicativo de que a pisada não é neutra. A avaliação de um especialista pode ajudar na indicação de palmilhas ou tênis específicos para cada tipo de pisada.
Sobre a ABTPé
A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) foi fundada em 1975 com a missão de unir a classe médica na especialidade, além de estimular o intercâmbio de informações científicas, fomentando a educação continuada entre os especialistas de pé e tornozelo no Brasil. Também tem a responsabilidade de esclarecer a população sobre os temas relacionados à especialidade.
A ABTPé está à disposição para informações e entrevistas sobre a saúde e cuidados com os tornozelos e pés, trazendo esclarecimentos sobre diversos temas, como acidentes nos esportes com lesões, acidentes domésticos com lesões, deformidades, pé diabético, cuidados com o uso de saltos altos, joanetes, fascite plantar, cirurgia plástica nos pés, esporão do calcâneo, calos e calosidades, metatarsalgia, neuroma de Morton, gota, artrite, entorse, fraturas, entre outros.