O Verbo e a Prática, é o artigo de Paulo Eduardo de Barros Fonseca

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Paulo Eduardo de Barros Fonseca é Vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

O Verbo e a Prática

Paulo Eduardo de Barros Fonseca

O ditado popular “falar é fácil, difícil é fazer” certamente guarda relação com a passagem bíblica que diz que “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse entrará no Reino dos Céus” (Mateus, VII: 21-23).

Essa máxima, que deveria nortear a vida dos seres humanos, define com clareza que são os atos e atitudes que formarão nossa bagagem espiritual. Isso quer dizer que de nada vale recitar e até mesmo divulgar os ensinamentos de Jesus, que são eternos, porque são a verdade, se os mesmos não forem colocados em prática.

Não basta, pois, estarmos simplesmente comprometidos com tais ensinamentos; é preciso que os coloquemos em prática, procurando seguir seus preceitos.

Ora, “todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras, e as observa, será comparado ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. E todo o que ouve estas minhas palavras, e não as observa, será comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína” (Mateus, VII: 24-27 e semelhante em Lucas, VI: 46-49).

Isso quer dizer que são as ações, os atos e atitudes – e não o verbo -, que evidenciam que a prática da lei do amor ao próximo engrandece o homem.

Será pelas ações, atos e atitudes que o ser humano demonstrará que é um homem de bem, enquanto aquele que respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.

O verbo, as palavras, se perdem com o vento, porque, como disse o apóstolo Tiago “a fé sem obras é morta em si mesma” (Tiago, II: 17). Mas, em contrapartida, os exemplos, as ações, marcam-nos de forma indelével.

Exemplo disso é Jesus que nos trouxe não só os ensinamentos que indicam a maneira de como o homem deve viver, buscando seu crescimento espiritual por meio da reforma íntima, mas, sobretudo, viveu da maneira como pregou, exemplificando a prática sincera da lei do amor e da caridade. Cabe dizer, pelo exemplo pessoal e não só pelas palavras Jesus inspira-nos a entrar em um caminho espiritual.

Para que não sejam considerados como lobos em pele de cordeiro, os homens devem ser aquilo que parecem ser ou, pelo menos, não parecerem o que não são.

Nesse contexto, inevitavelmente, feliz será o homem que ensinar o que sabe e colocar em prática aquilo que ensina.

Paulo Eduardo de Barros Fonseca é Vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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