Parque Profissionalizante da Funase começa a funcionar, e vai qualificar mil jovens por ano

0

O Parque Profissionalizante Professor Paulo Freire, que funciona no bairro de Afogados, no Recife, é um modelo inédito de equipamento no sistema socioeducativo

Pernambuco ganhou, na terça-feira (2), um equipamento inédito no Brasil para a qualificação profissional de adolescentes e jovens em processo de reinserção social após a prática de atos infracionais. O Parque Profissionalizante Professor Paulo Freire, que funciona no bairro de Afogados, no Recife, terá capacidade para formar até mil socioeducandos por ano em áreas como eletrônica, informática, culinária, barbearia e jardinagem e paisagismo. O objetivo do espaço é viabilizar um retorno produtivo desse público à sociedade, contribuindo para a prevenção da violência no Estado e para oportunizar novos projetos de vida para a juventude.

Batizado com o nome de Paulo Freire em alusão ao centenário do educador, celebrado em 2021, o Parque Profissionalizante conta com cinco laboratórios, sala multifuncional e instalações administrativas. Também há uma área ao ar livre destinada a aulas de jardinagem. O espaço será operado pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) e vai atender, prioritariamente, adolescentes e jovens em semiliberdade, que, conforme a legislação, têm autorização para utilizar equipamentos educacionais e esportivos externos às unidades da instituição. No Grande Recife, esse público é composto por cerca de 100 socioeducandos.

A implantação do parque ocorreu em um imóvel que já pertencia à Funase. A reforma foi viabilizada por meio de um convênio firmado, em 2019, com o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE), que destinou R$ 60,5 mil em recursos de multas trabalhistas obtidos em ações judiciais com atuação de procuradores do Trabalho. Outra etapa da parceria, que dispõe de R$ 474,2 mil em repasses, prevê a criação, até o fim do ano, de 16 microparques profissionalizantes em unidades da Funase em todo o Estado, para as quais serão adquiridos 200 computadores. O montante total destinado pelo MPT para o projeto foi de R$ 534,7 mil.

“É um formato que não existia no país, um espaço voltado apenas à profissionalização de jovens do sistema socioeducativo. Vemos como um símbolo dos resultados que, certamente, serão alcançados na prevenção à violência e na oferta de oportunidades para a juventude”, disse o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Sileno Guedes, que fez a entrega do equipamento.

No mesmo sentido, a presidente da Funase, Nadja Alencar, exaltou a parceria com o MPT como fundamental para que esse projeto se tornasse realidade. “As tratativas começaram ainda em 2019 e, nesse período, foi feita a reforma deste espaço e a instalação de equipamentos. O resultado viabilizado por esse convênio tem um retorno social garantido. Agradecemos ao MPT por esse olhar sensível para a socioeducação e temos certeza de que veremos grandes feitos serem realizados nestas instalações”, afirmou.

A procuradora do Trabalho Jailda Pinto, responsável pela articulação que resultou na destinação dos recursos e titular local da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância) do MPT, destacou o compromisso da instituição com ações que possam ter repercussão na sociedade. “O Ministério Público do Trabalho é um órgão que sempre vai envidar esforços nesse sentido. Sei que estamos dando, hoje, um passo importante, plantando sementes para que esses adolescentes e jovens sempre tenham prioridade na proteção e possam construir seus projetos para a vida”, declarou.

O equipamento terá a operação iniciada de forma gradativa, considerando os cuidados decorrentes da pandemia da Covid-19. As primeiras aulas estão previstas para a segunda quinzena deste mês, conforme o coordenador do Eixo Profissionalização da Funase, Normando de Albuquerque, responsável pela gestão do local. “A estrutura não se esgota na dimensão da educação profissional. Existe um elemento lúdico que perpassa a metodologia de trabalho e um caráter de experimentação. É um lugar para o desenvolvimento de novas tecnologias de profissionalização no contexto socioeducativo e uma vitrine para que novos parceiros se juntem à Funase na missão de garantir qualificação profissional aos adolescentes e jovens atendidos pela instituição”, explicou.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here