
Pensar, Sentir e Agir
Paulo Eduardo de Barros Fonseca
Penso, logo existo!
O filósofo francês René Descartes – 1596/1650 –, em suas “Meditações”, questiona o conhecimento tido como correto e após duvidar de sua própria existência, emitiu a opinião de que em sendo um ser pensante, existia. Para ele, “a essência do homem é pensar”.
Buda, no mesmo sentido, exortou que o mundo é criado pelos pensamentos”. O espírito de André Luiz afirmou que “a ideia é um ser organizado por nosso espírito, que o pensamento da forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção”.
Nesse contexto, o pensamento, que goza de plena liberdade porque a ele não podem ser impostas quaisquer barreiras ou limites, desmaterializa o mundo exterior para torná-lo numa imagem interior, de modo que o homem pode se aprofundar em si mesmo.
Os pensamentos determinam o estado de nossa consciência e exercem forte influência em nossos sentimentos e nas ações que são praticadas ao tornar a imagem interior em realidade.
No Livro dos Espíritos, Kardec destaca que “quando o pensamento está em alguma parte, a alma também aí está, pois é a alma quem pensa. O pensamento é um atributo” (perg. 89-a). Esse atributo tem relevância nos processos de mudança porque, ao trocarmos com o mundo exterior e o interior, estabelecemos uma ponte entre o pensar e o agir por meio do sentir, que fertiliza o terreno das emoções.
Inegavelmente, o pensamento gera sentimento que, por sua vez, provoca a ação. E quando a ideia fomenta as emoções nasce a fonte motivadora da ação, porque se pensar é criar, o pensamento e a ação marcham unidos.
Daí a importância do cultivo dos bons pensamentos que fortalecem o corpo e o espírito, mesmo porque, se nossas ações são resultados das ideias que geramos, nosso sofrimento ou nossa felicidade estão diretamente ligadas à forma como pensamos, sentimos e agimos.
Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.